segunda-feira, 14 de julho de 2014

A meteorologia popular

                                               Praia do Laranjal, Pelotas/RS - Antes do temporal

Quando vejo alguém olhando para o céu, para o horizonte, percebendo a  direção dos ventos, observando movimento das nuvens, a revoada dos pássaros ou comportamento de outros animais tenho um misto de espanto e admiração, pela sabedoria das pessoas em fazer previsões sobre o tempo. Embora os estudiosos do ensino formal não comprovem cientificamente a sabedoria popular tenho a certeza que a vivência possui muito fundamento.

Queria eu ter a capacidade de abrir a janela e prever o que será do tempo nos próximos dias, mas a comodidade me faz ligar a TV ou o computador para acompanhar a previsão que, admito tem mais acertos do que erros, afinal hoje temos cursos técnicos e superiores de meteorologia. Mesmo assim queria aprender sobre o tempo com a sabedoria informal da ciência popular.

Entre os estados brasileiros, o Ceará parece ter uma maior relação com as crenças populares. Quando se aproxima o Dia de São José, 19 de março, aumentam as esperanças dos sertanejos em ano de boas chuvas, pois se chover nesta data, o padroeiro retribui com fartura de água. Em muitas ocasiões, a Fundação Cearense de Meteorologia confirmou as previsões, mas afirmam que não há relação científica para a crença popular.

Na Província de São Pedro, a crença popular é que o santo católico seria o guardião das chaves do paraíso, ele é quem faz chover, quando está lavando o céu, no dia 29 de junho, encerra as comemorações das festas juninas. Na região sul do Brasil, a meteorologia popular diz o seguinte:

1. Nascer do sol muito vermelho é sinal de seca. Pôr-do-sol sobre uma barra escura de nuvens, sinal de chuva.

2. Céu muito estrelado e brilhante prenuncia chuva; pouco estrelado, tempo bom, firme.

3. Lua nova quando está com os “cornos” voltados para cima, é sinal de tempo seco durante todo o mês, pois se acredita que o quarto de lua governa as variações do tempo durante todo o mês. Quando aparece com os “cornos” voltados para baixo "está escorrida", logo, todo o mês será chuvoso.

4. Chovendo na "nova" de abril, o inverno será chuvoso; não chovendo, inverno seco. Chovendo na nova de setembro, o verão será chuvoso e bom para a agricultura e pecuária.

5. Lua cheia quando sai, some a chuva. Significa melhora de tempo.
6. Se o dia 15 de cada mês for bom, a primeira quinzena será toda sem chuva. Se o dia 17 também for sem chuva, toda a segunda quinzena será de tempo bom.

7. Quando chove na primeira terça-feira do mês, todo o resto do mês será chuvoso; e o contrário, se o dia for bom.

8. Quando as rãs, à tarde, fazem "reco-reco" (coaxam), é sinal de chuva próxima.
9. Siriema (ave pernalta que vive nos campos) quando canta no baixo ou na canhada, prenuncia chuva; quando no alto da coxilha, estiagem prolongada.

10. Maduruvá preto, do campo, quando cruza a coxilha, em pelotão, está pressagiando chuva com temporal.

11. Dia de vento, em que o gado se agrupa e desce para o fundo da invernada, é sinal de temporal. Gado dormindo no alto da coxilha, sinal de tempo bom.

Será que nossos produtores rurais, grandes observadores da natureza confirmam estas previsões populares?

Marco Medronha   mmedronha@hotmail.com

sábado, 12 de julho de 2014

O desperdício que alimentaria o mundo


Como não se impressionar com a quantidade de alimentos que vai para o lixo, prejudica o meio ambiente e deixa de alimentar milhões de pessoas. Pasmem... Segundo a FAO, um terço de todos os alimentos produzidos no mundo é perdido ou desperdiçado devido a práticas inadequadas, quando 870 milhões de pessoas passam fome diariamente. Isso representa 1,3 bilhão de toneladas desperdiçados anualmente, com grandes perdas econômicas e impacto significativo nos recursos naturais para a humanidade.

Sobre o aspecto ambiental, estudos demonstram prejuízos e conseqüências danosas para o clima, a água, o solo e a biodiversidade. Evitar o desperdício é uma tarefa complicada porque envolve toda a cadeia produtiva, desde a otimização da colheita pelo produtor, quando do aproveitamento de todo potencial do produto, passa pelos cuidados no transporte, sobra de feiras, restaurantes, até o consumo ponderado e consciente de quem se alimenta.

O Brasil é o quarto maior produtor de alimentos no mundo, os agricultores e pecuaristas produzem cerca de 26% a mais do que necessita para alimentar a sua população (FAO), mas infelizmente, grande parte do que produzimos é desperdiçada. Dados da Embrapa, ainda em 2006, apontavam que mais de 26 milhões de toneladas de alimentos ao ano tem como destino, o lixo. Isso equivale a cerca de 40 toneladas de alimentos jogados fora por dia, quantidade suficiente para alimentar 20 milhões de brasileiros, com três refeições básicas: café da manhã, almoço e jantar.

Nosso País, segundo o Instituto Akatu, é um dos campeões mundiais quando o assunto é o desperdício de alimentos, com aproximadamente 64%, sendo que as perdas ocorrem 20% na colheita; 8% no transporte e armazenamento; 15% na indústria de processamento; 1% no varejo e 20% no processamento culinário e hábitos alimentares. Quer dizer... Este é um problema de todos, pois o mesmo Instituto realizou um estudo mostrando a média do que sobra na mesa, de uma família brasileira. O resultado foi um desperdício superior a 20% dos alimentos que compramos semanalmente, o que remete a uma perda de R$ 2 bilhões por ano, dinheiro suficiente para alimentar cerca de 500 mil famílias.

Eu já sabia que o desperdício era muito grande, mas não imaginava que fosse tanto assim, às vezes é necessário conhecer os números para mudar. Pretendo fazer a minha parte e vou começar em casa ao aproveitar o máximo no preparo dos alimentos, no restaurante servir apenas o necessário. Não quero mais jogar comida fora. 

Acredito que, com a atitude consciente de todos e com atuação nos focos de desperdícios das cadeias produtivas de alimentos, não seria necessário programas governamentais de combate a fome, pois esses estão desvinculados das questões educacionais e por isso não atendem os verdadeiros propósitos.


Marco Medronha    mmedronha@hotmail.com

quinta-feira, 3 de julho de 2014

A força do cooperativismo


Muitas comunidades do meio rural vem conseguindo progresso através do cooperativismo, uma doutrina que preconiza a colaboração e a associação de pessoas ou grupos com os mesmos interesses, a fim de obter vantagens comuns em suas atividades econômicas. O fundamento cooperativista permite o avanço social pelo auxílio mútuo quando o grupo se encontra em situação desvantajosa. 

A soma de esforços é uma das formas de garantir a sobrevivência. Na região sul do estado, muitos grupos, principalmente em comunidades rurais encontraram no cooperativismo associativo forças para obter resultados econômicos e reduzir os custos de produção. A ação possibilita a obtenção  de melhores condições de prazo e preço,  edificar instalações de uso comum, participações em chamadas públicas, concorrências e assim, interferir no sistema em vigor à procura de alternativas a seus métodos e soluções.

Um exemplo recente na zona sul foi uma ação entre representantes das cooperativas envolvidas na distribuição dos alimentos para o Restaurante Escola da Universidade Federal de Pelotas, da Unidade de Cooperativismo da Emater/RS-Ascar, da Secretaria de Desenvolvimento Rural Pesca e Cooperativismo e da Fundação de Apoio Universitário (FAU), que administra o Restaurante Escola. As instituições, juntamente com as cooperativas definiram em reunião, os preços dos produtos que agrícolas que abastecem o restaurante dos universitários. 

Neste evento houve também uma atitude de cooperação entre as associações cooperativas envolvidas e que participaram da reunião. Entre estas, representantes da Coopar, Coopesca, Coopava, Cooperativa União, Coopap, Cosulati, Coopamb, Cooperativa Sul Ecológica, Cafsul, Cooperal e da Queijaria Mãe Natureza. As representações cooperativas são, na maioria, de agricultores familiares. 
Um belo exemplo para comemorar a data de 05 de julho: “Dia Internacional do Cooperativismo”. 


Marco Medronha    mmedronha@hotmail.com

quarta-feira, 25 de junho de 2014

O Brasil que a copa não mostra

                                                           Foto: Paulo Lanzetta

As agências de turismo e os meios de comunicação mostram para o mundo, durante a Copa da Fifa no Brasil, a tradicional publicidade de um país tropical com belas praias, mulheres bonitas, a exuberante natureza da Amazônia, a miscigenação de um povo multicultural, o lado popular e alegre das favelas e principalmente o jeito alegre e hospitaleiro do povo brasileiro, certamente nossa marca registrada e maior riqueza.

A organização da Copa do Mundo, em qualquer lugar sempre vai querer mostrar e oferecer aquilo que se tem de melhor, não convidamos ninguém a visitar a nossa casa para tratarmos mal ou de forma indiferente, isso é um comportamento não condiz com nossos costumes. No entanto sabemos que nem tudo é maravilhoso e que nossa “roupa suja” deve ser lavada por nós mesmos, sem envolver nossos visitantes.

Os turistas que vieram para Copa, além de assistir futebol e cantar o hino de sua nação com a mão no peito, provavelmente não irão conhecer o lado cruel e desumano e violento de uma nação que escancara suas desigualdades. Parece que neste momento, a poeira é rapidamente varrida para baixo do tapete, embora exista coisas que sejam impossíveis esconder. Basta o telespectador, ouvinte ou leitor buscar as notícias em outros meios que não sejam os oficiais.

Poucos terão a oportunidade de conhecer as riquezas produzidas pelo nosso meio rural, porque isso não foi mostrado na grande mídia. Uma pena, pois o Brasil juntamente com a China é os países de maior crescimento no mundo. Nossa produtividade na agricultura e pecuária têm puxado os índices para cima, muito se deve ao trabalho de nossos agricultores, a pesquisa agropecuária e aos serviços de extensão rural.

Segundo dados do próprio Ministério do Desenvolvimento Agrário, o Brasil é um dos maiores produtores de carnes e grãos. Entre nossas maiores produtividades na pecuária está a carne de frango, carne bovina e a carne suína. Na agricultura destaque para as produções de soja, arroz e milho. Como não falar durante a Copa para as nações, que estamos entre ou que somos os maiores produtores de alimentos do mundo?

Claro que existem em terras gaúchas e brasileiras turistas visitando nossos imigrantes alemães, italianos, franceses, japoneses, portugueses e vários outros que ajudaram no crescimento agrícola do Estado e do País, mas isso a Copa pouco mostra. Uma pena, pois quando o jogo acabar e o mundo parar de nos olhar, os organizadores vão despertar e talvez percebam que todos precisam tomar café, almoçar e jantar.


Marco Medronha    mmedronha@hotmail.com

domingo, 15 de junho de 2014

Jogos Rurais

Jogos Rurais Sol a Sol - Foto: Fernando Gomes

            A juventude rural da região sul do Estado deixou no passado momentos inesquecíveis de competições esportivas entre suas comunidades. Os Encontros Regionais de Jovens Rurais representavam um momento especial e muito esperado por centenas de localidades que se preparavam o ano inteiro para representar a bandeira de seu município.

            Entre os afazeres cotidianos da lavoura e pecuária, os jovens rurais se reuniam, em nome do esporte, para os treinamentos em diversas modalidades: Futebol, vôlei, corridas, saltos, natação, cabo de guerra e jogos característicos do meio, como: jogo do osso, canastra, bocha, corrida do saco, corte de lenha, debulha de milho e muitas outras formas de lazer e competições saudáveis entre as comunidades.

            De maneira geral os Jogos Rurais tinham como objetivo a integração das comunidades através do esporte, como uma forma de levar aos jovens do campo lazer e convívio social. Lembro bem que para eles, os jogos eram tão esperados quanto uma copa do mundo, pois também era uma oportunidade de sair para fazer novas amizades e conhecer outras realidades. Os Encontros Regionais eram anuais e realizados em municípios diferentes a cada edição.

            Na região noroeste, as comunidades rurais de Santa Rosa confraternizam há 32 anos. Os Jogos Rurais Sol a Sol consiste num belo exemplo de trabalho e atenção às famílias rurais gaúchas. A atividade é promovida pela prefeitura e a extensão rural, nela é dedicada pelas autoridades uma importância tão grande quanto à assistência técnica aos agricultores no desenvolvimento produtivo do setor agropecuário.

            Os jogos representam também uma forma de combater o êxodo rural, já que proporciona lazer saudável para as famílias ao mesmo tempo em que valoriza e eleva a auto-estima daqueles que produzem alimentos para a sociedade. Além disso, muitos talentos podem ser descobertos no campo e por isso tenho certeza, que nossas lideranças estão perdendo uma oportunidade valiosa de prestígio ao meio rural.


Marco Medronha    mmedronha@hotmail.com

sábado, 7 de junho de 2014

A linguagem no rural


Recentemente participei de um Colóquio no Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Pelotas. No espaço que tive para manifestação aos profissionais da área, corpo docente e alunos do jornalismo defendi a inclusão da disciplina de Comunicação Rural e Meio Ambiente, nos currículos universitários. Entendo que os jornalistas recém formados encontram dificuldades na comunicação com os agricultores, por desconhecerem as características do meio. Uma lástima, pois mais de 90% dos municípios tem na agricultura sua  principal economia .

Enquanto a academia discute a importância do rural na formação dos futuros profissionais coloco aqui algumas idéias, já publicadas. O processo de comunicação humana é universal, o entendimento dos princípios deve ser compreendido por qualquer grupo, independentemente se é urbano ou rural, pois as mensagens devem ser propagadas a todas as pessoas, indistintamente. Por outro lado, a população rural possui hábito de vida diferenciado, seu comportamento gira em torno das atividades agrícolas, essas por sua vez tem características próprias, marcantes e peculiares ao habitat rural.

Diálogos entre técnico e produtor, médico e paciente, professor e aluno, mãe e filha possuem características iguais e ao mesmo tempo diferentes. Os signos são os mesmos, mas a maneira de utilização do idioma para expressar as idéias é diferente. Podemos dizer que a linguagem muda em função do destinatário. Dentro de uma mesma comunicação podem existir diferentes tipos de linguagem, os enunciadores e receptores envolvidos formam um perfil diferenciado a cada interação. De acordo com Wartchow (1999, P. 34), as linguagens se estruturam de formas diferentes “Cada uma tem suas próprias características e de acordo com seu grau de exploração ou aperfeiçoamento maior ou menor, o repertório de signos e as regras de combinação e de uso variam conforme o contexto na qual são inseridas”. As linguagens científicas, no entanto, são menos flexíveis.

A linguagem é um conjunto de signos criados pelos homens para decodificar significados comuns as coisas que queremos comunicar na forma oral ou escrita. Na lingüística, os conceitos tradicionais que estudam a linguagem definem como um sistema de signos vocais arbitrários usados para a comunicação humana (Bordenave, 2000 p.77).

As mensagens escritas dirigidas ao público rural devem levar em conta as características culturais dos leitores encontrados naquele meio. Embora, pela própria contribuição da extensão rural as coisas venham mudando, de maneira geral a população do campo possui pouco hábito de leitura, interpretação literal e concreta, curto período de atenção, falta de familiaridade com o vocabulário técnico-científico. Simplificar o texto escrito ou a fala é sempre a melhor saída para comunicar.


Marco Medronha   mmedronha@hotmail.com

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Meio rural: Eu curto


Vivemos um momento na história das vaidades, em que onda é curtir nas redes sociais imagens, frases de efeito, passeios, momentos em família e com amigos. Nada de errado, pois hoje as modernas tecnologias propiciam maior aproximação entre as pessoas, mas também é um canal de especial para os aproveitadores, mal intencionados, espalharem o terror. Na pseudo segurança da internet, quanto mais expostos, mais vulneráveis estamos.

O problema de uma ferramenta tão espetacular de comunicação é que começa a deslumbrar as pessoas de maneira tal, que estamos perdendo a noção daquilo que realmente é importante. “Todo mundo quer ser querido, quer ser notado. Ninguém escapa”. É o que diz o psicanalista Mário Corso, em seu livro A psicanálise na Terra do Nunca. Provavelmente, o autor teve como base a essência dos seres sociais que vivem para os olhos dos outros e hoje, mais do que nunca curtimos o instantâneo, o belo, a novidade e estranhamente a tragédia.

Nas frequentes saídas para o meio rural tive o privilégio de fugir da modernidade, do sinal do celular e assim apreciar e curtir o valor do trabalho no campo, principalmente dos agricultores familiares. Recentemente fui à localidade de Monte Bonito, em Pelotas para fazer uma reportagem sobre a diversificação na propriedade rural. Seu Teixeira, como é conhecido produz diversos tipos de alimentos para uma cooperativa de pequenos agricultores. Nossa equipe encontrou o agricultor na lavoura limpando canteiros de hortaliças manualmente. Alheio à modernidade das curtidas na internet, o produtor falou do seu trabalho com orgulho, desde o amanhecer até o anoitecer.

Naquela tarde ensolarada curti a propriedade bem cuidada, a produção de alface, couve, cenoura, brócolis, abóbora, feijão, mandioca e outros tipos de produtos que abastecem os mercados e também a alimentação escolar. Curti comer uma bergamota arrancada do pé, descascar uma laranja e degustar no calor sol gostoso do inverno. Curti a revoada de pássaros, o som do riacho, o trabalho de polinização das abelhas e o beija-flor voando rapidamente ao bicar as flores do jardim. Curti a atitude do agricultor, seu Teixeira, em dividir com o filho o trabalho e a renda na propriedade, num claro exemplo de como perpetuar a sucessão no campo.

Ao chegar a casa na cidade, me vi novamente conectado nas notícias que transbordam pelas redes de comunicação. Uma delas falava da morte de um menino, líder dos “rolezinhos”, famoso por gostar de funk, pegar geral, tomar umas, andar na moda, ter carrões “emprestados” e ser famoso. A ostentação do guri fazia muito sucesso, pois ele tinha 56 mil seguidores no Fecebook e cada ação dele na rede social rendia no mínimo 200 curtidas. Tudo tem limite, buscar intensamente a fama e o reconhecimento público para satisfação própria pode levar ao nada.

A felicidade.  Certamente não está em buscar freneticamente nossos momentos de fama, ostentação de prazeres instantâneos e virtuais na internet. Quem sabe, com muito menos esforço possamos sair da zona de conforto para curtir os sabores do campo, sem pressa ao conhecer as formas de produção agrícola, desfrutar dos sons da natureza e da serenidade do meio rural.



Marco Medronha   mmedronha@hotmail.com