Mais de 70% da produção de alimentos consumidos pela sociedade vem da agricultura familiar. Além dos produtos colocados no mercado na forma in natura, à agroindústria e outros de processos artesanais que proporcionam alimentos à população, tem origem nos núcleos familiares rurais. Na assistência técnica e extensão rural e social, de um público fundamental para o abastecimento da mesa dos gaúchos e brasileiros, a Emater/RS-Ascar.
As ações desenvolvidas pelos bravos extensionistas rurais ecoam também para combater as desigualdades sociais. Neste contexto está o trabalho com as comunidades, quilombolas, indígenas, pescadores e assentados da reforma agrária, públicos assistidos nas políticas públicas, que visam promover a inclusão social e produtiva dessas famílias. São mais de 150 mil famílias incluídas no Cadastro Único para os Programas Sociais, destas, 73 mil estão em situação de vulnerabilidade social. Pessoas que vivem na extrema pobreza do meio rural gaúcho.
Além da comprovada prática da extensão rural e social, em 494 municípios do Rio Grande do Sul, com mais de 378 mil estabelecimentos rurais da agricultura familiar e que correspondem a um percentual superior a 27% do PIB gaúcho, a Emater/RS-Ascar apresenta-se como a estrutura de informação mais eficiente para a chegada das informações tecnológicas ao campo, em muitas vezes a única. Com resultados incontestáveis no aumento da produtividade e na melhoria da qualidade de vida das famílias rurais. Tudo isso sem custos para os agricultores, pois os serviços gratuitos são obrigações do Estado e da União.
Quem recebe assistência técnica, as famílias rurais, sabem e reconhecem o valor das ações extensionistas. Por outro lado, entre os consumidores urbanos poucos imaginam ou não se dão conta, que a qualidade da comida diária na mesa depende basicamente da produção dos pequenos agricultores e do trabalho da Emater/RS-Ascar no campo. Se faltar extensão rural vai faltar comida na mesa da população. Falo isso por conhecer a história, não só pela condição de servidor, mas principalmente como cidadão.
A defesa da Emater/RS-Ascar como instituição socioassitencial e a manutenção dos serviços de assistência técnica às famílias do campo é vital para toda a sociedade. A falta dos serviços aos agricultores pode possibilitar um desequilíbrio econômico e, sem nenhum dramatismo, a falência dos núcleos familiares dos gaúchos. Para não chegar a este ponto é necessário uma mobilização constante e o reconhecimento de que a extensão rural é uma causa de todos.
Marco Medronha mmedronha@hotmail.com
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