sábado, 21 de dezembro de 2013

Árvore de Natal


Um dos símbolos mais representativos do natal é a árvore enfeitada, onde são colocados os presentes, atualmente motivos de exploração na data festiva pelo capitalismo, mas outrora, quando do nascimento de Jesus foram objetos dotados de conceitos diferentes. Segundo Mateus (2:10): “Os Magos ofereceram ao menino Jesus: Ouro, insenso e mirra, cujo significado e simbolismo espiritual é, juntamente com a própria visitação dos reis Magos, ser um resumo do evangelho e da fé cristã”. O ouro pode ter representado pela realeza, o incenso simboliza a oração e a mirra era como uma resina antiséptica com poderes curativos.

Ainda acredito naquele momento mágico da árvore de natal, o processo de montar o “pinheirinho”, quando criança era uma festa e todos os momentos foram muito apreciados pela família. Começava com a expectativa do tamanho da árvore que meu pai iria conseguir, algumas vezes uma arvorezinha pequena ou simplesmente um galho já era o suficiente para animar a todos. A árvore era sempre natural e a mais comum no Brasil, pertence a família Araucariaceae, caracterizada por ser pequena e nativa, apenas no hemisfério sul.


Considerando a história da humanidade, o costume da árvore de Natal é bastante recente. Surgiu em uma época tardia não só na Rússia, mas também na Alemanha, onde apareceu pela primeira vez. Daí se espalhou para outros lugares da Europa, no velho mundo e também no novo mundo. Na França, a árvore de Natal foi adotada a partir 1870, como um hábito das pessoas mais ricas. Na verdade, parece difícil estabelecer a trajetória histórica deste costume, o mais certo tenha começado na mais remota antiguidade.


Entre as histórias e até mesmo lendas sobre a origem da árvore de Natal, quero acreditar na mais simples e comum que conhecemos, mas extremamente poética e encantadora. Ela diz assim: Perto da caverna em que nasceu o Salvador do mundo havia três árvores: um pinheiro, uma oliveira e uma palmeira. Naquela noite sagrada a estrela de Belém apareceu no céu e anunciou ao mundo, o nascimento de Jesus.  A oliveira que crescia na entrada da caverna de Belém ofereceu, entre outros, os seus frutos dourados. A palmeira deu ao Bebê a sombra verde da sua abóboda como proteção contra o calor e as tempestades. Só o pinheiro nada tinha para oferecer. A pobre árvore mergulhou no desânimo e na dor, tentando inutilmente pensar em um presente para o Cristo-Criança.


A estrela, que brilhava em silêncio percebeu as lágrimas da árvore e  derramou sobre o pinheiro, uma chuva de luzes cintilantes. Então, feliz e trêmulo de emoção, o pinheiro orgulhosamente ergueu os seus galhos inclinados e apareceu pela primeira vez diante do mundo surpreso, mostrando um brilho nunca antes visto.  Desde aquele momento, conta a lenda, os seres humanos adotaram o hábito de ornamentar pinheiros com grande número de velas acesas na véspera de Natal.  


Enfeitem suas árvores e não esqueçam do presépio, pois ele representa as personagens desta linda história de amor da humanidade. 


Feliz Natal aos Amigos Leitores!



Marco Medronha     mmedronha@hotmail.com


domingo, 15 de dezembro de 2013

Tempos de fraternidade

 
Nesta semana, o mundo presenciou momentos de fraternidade entre as nações. Após a morte do líder sul africano, Nelson Mandela, as diferenças entre as pessoas e as ideologias impregnadas dos povos e de líderes mundiais, se renderam ao silêncio, agora eterno de “Madiba”, símbolo da luta contra o preconceito, a discriminação racial. A maior personalidade do século XX, mesmo no momento de sua partida foi capaz de proporcionar a humanidade imagens jamais vistas.

O Estado brasileiro foi protagonista de uma cena rara, a presidente Dilma Rousseff e mais quatro ex-presidentes, José Sarney, Fernando Collor, Luis Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso posaram para a fotografia, lado à lado, na formação da comitiva do Brasil que viajou a Joanesburgo, para o último adeus a Nelson Mandela, ex-presidente da África do Sul e ganhador do Prêmio Nobel da Paz, em 1993. Mandela morreu em 05 de dezembro e foi sepultado em Soweto, cidade símbolo do foco de resistência anti-racista e de protestos dos negros contra a política oficial de discriminação racial.

O exemplo de Mandela foi sempre baseado no diálogo e na exposição clara das ideias, sem jogo político de ataque aos adversários, sem estratégias de conchavos políticos para vencer, com muito respeito as pessoas e a igualdade entre todos os seres humanos. As mensagens de reconciliação entre as comunidades e o reconhecimento do outro como gente capaz de agregar para vencer as dificuldades, resgatam valores difíceis de serem comprovados na prática de governos brasileiros. No discurso e na teoria todos são democráticos. O caso da imagem da comitiva brasileira gera dúvidas sobre o que ela realmente que dizer. Será o efeito Mandela inspirando procedimentos?
Ou quem sabe o espírito natalino? Ou...

Outra cena histórica presenciada em Soweto, por centenas e milhares de sul africanos, foi o aperto de mão entre o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama e o presidente de Cuba, Raul Castro. Há mais de 50 anos os dois países vivem uma relação muito tensa, mas o legado democrático de Mandela possui o poder incrível de unir as nações e diminuir as diferenças. No caso considero a imagem mais relevante que a dos presidentes brasileiros perfilados, a imagem de Obama e Castro aconteceu um aperto de mão, aparentemente mais representativo.

Pelo menos, os políticos brasileiros, América do Norte e Central souberam demonstrar ao mundo imagens de civilidade. Desejamos que os exemplos de comportamento digno, com ou sem jogo de cena, sirvam de exemplo para a triste realidade das torcidas organizadas do futebol brasileiro. Deixo como exemplo as recordações que guardo da última Copa do Mundo, no País de Mandela, na África do Sul. Todos juntos e misturados torcendo para times diferentes. O jogo precisa ser jogado com respeito ao ser humano e ao sentimento do próximo. Não precisa ser encenado quando este estiver próximo.


Marco Medronha    mmedronha@hotmail.com

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Sem extensão rural falta comida na mesa


Mais de 70% da produção de alimentos consumidos pela sociedade vem da agricultura familiar. Além dos produtos colocados no mercado na forma in natura, à agroindústria e outros de processos artesanais que proporcionam alimentos à população, tem origem nos núcleos familiares rurais. Na assistência técnica e extensão rural e social, de um público fundamental para o abastecimento da mesa dos gaúchos e brasileiros, a Emater/RS-Ascar.

As ações desenvolvidas pelos bravos extensionistas rurais ecoam também para combater as desigualdades sociais. Neste contexto está o trabalho com as comunidades, quilombolas, indígenas, pescadores e assentados da reforma agrária, públicos assistidos nas políticas públicas, que visam promover a inclusão social e produtiva dessas famílias. São mais de 150 mil famílias incluídas no Cadastro Único para os Programas Sociais, destas, 73 mil estão em situação de vulnerabilidade social. Pessoas que vivem na extrema pobreza do meio rural gaúcho.

Além da comprovada prática da extensão rural e social, em 493 municípios do Rio Grande do Sul, com mais de 378 mil estabelecimentos rurais da agricultura familiar e que correspondem a um percentual superior a 27% do PIB gaúcho, a Emater/RS-Ascar apresenta-se como a estrutura de informação mais eficiente para a chegada das informações tecnológicas ao campo, em muitas vezes a única. Com resultados incontestáveis no aumento da produtividade e na melhoria da qualidade de vida das famílias rurais. Tudo isso sem custos para os agricultores, pois os serviços gratuitos são obrigações do Estado e da União.

Quem recebe assistência técnica, as famílias rurais, sabem e reconhecem o valor das ações extensionistas. Por outro lado, entre os consumidores urbanos poucos imaginam ou não se dão conta, que a qualidade da comida diária na mesa depende basicamente da produção dos pequenos agricultores e do trabalho da Emater/RS-Ascar no campo. Se faltar extensão rural vai faltar comida na mesa da população. Falo isso por conhecer a história, não só pela condição de servidor, mas principalmente como cidadão.

A defesa da Emater/RS-Ascar como entidade filantrópica e a manutenção dos serviços de assistência técnica e social é vital para o conjunto da sociedade. A não existência da instituição pode possibilitar um desequilíbrio econômico e sem nenhum dramatismo, a falência dos núcleos familiares dos gaúchos. Para não chegar a este ponto é necessário uma mobilização constante e um abraço de todas as instâncias a uma causa de todos.

Marco Medronha    mmedronha@hotmail.com