quarta-feira, 25 de junho de 2014

O Brasil que a copa não mostra

                                                           Foto: Paulo Lanzetta

As agências de turismo e os meios de comunicação mostram para o mundo, durante a Copa da Fifa no Brasil, a tradicional publicidade de um país tropical com belas praias, mulheres bonitas, a exuberante natureza da Amazônia, a miscigenação de um povo multicultural, o lado popular e alegre das favelas e principalmente o jeito alegre e hospitaleiro do povo brasileiro, certamente nossa marca registrada e maior riqueza.

A organização da Copa do Mundo, em qualquer lugar sempre vai querer mostrar e oferecer aquilo que se tem de melhor, não convidamos ninguém a visitar a nossa casa para tratarmos mal ou de forma indiferente, isso é um comportamento não condiz com nossos costumes. No entanto sabemos que nem tudo é maravilhoso e que nossa “roupa suja” deve ser lavada por nós mesmos, sem envolver nossos visitantes.

Os turistas que vieram para Copa, além de assistir futebol e cantar o hino de sua nação com a mão no peito, provavelmente não irão conhecer o lado cruel e desumano e violento de uma nação que escancara suas desigualdades. Parece que neste momento, a poeira é rapidamente varrida para baixo do tapete, embora exista coisas que sejam impossíveis esconder. Basta o telespectador, ouvinte ou leitor buscar as notícias em outros meios que não sejam os oficiais.

Poucos terão a oportunidade de conhecer as riquezas produzidas pelo nosso meio rural, porque isso não foi mostrado na grande mídia. Uma pena, pois o Brasil juntamente com a China é os países de maior crescimento no mundo. Nossa produtividade na agricultura e pecuária têm puxado os índices para cima, muito se deve ao trabalho de nossos agricultores, a pesquisa agropecuária e aos serviços de extensão rural.

Segundo dados do próprio Ministério do Desenvolvimento Agrário, o Brasil é um dos maiores produtores de carnes e grãos. Entre nossas maiores produtividades na pecuária está a carne de frango, carne bovina e a carne suína. Na agricultura destaque para as produções de soja, arroz e milho. Como não falar durante a Copa para as nações, que estamos entre ou que somos os maiores produtores de alimentos do mundo?

Claro que existem em terras gaúchas e brasileiras turistas visitando nossos imigrantes alemães, italianos, franceses, japoneses, portugueses e vários outros que ajudaram no crescimento agrícola do Estado e do País, mas isso a Copa pouco mostra. Uma pena, pois quando o jogo acabar e o mundo parar de nos olhar, os organizadores vão despertar e talvez percebam que todos precisam tomar café, almoçar e jantar.


Marco Medronha    mmedronha@hotmail.com

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