segunda-feira, 21 de maio de 2012

Até onde irá essa seca?


Nesta semana fiquei sabendo que o Comitê Gestor Regional dos Programas da Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo deliberou, através Fundo Estadual de Apoio aos Pequenos Estabelecimentos Rurais, a implementação na região de 100 projetos para construção de micro açudes e/ou cisternas. A escolha dos municípios beneficiados se deu pelos critérios de homologação de Estado de Emergência pela estiagem.
 
Não parece, mas a seca continua e a situação ainda é séria em muitos municípios da nossa região. Para descontrair um pouco resolvi publicar nesta coluna, uma história contada pela ex-colega de trabalho, Miriam Carvalho. O causo foi ilustrado pelo jornalista Wilmar Marques e está no meu livro “Histórias e Estórias no Sítio”, ela conta assim:
 
“Lá pelos anos 70, quando iniciei minha vida profissional, na Extensão Rural do município de Piratini, costumava pegar o ônibus via Canguçu para Pelotas, onde moravam meus familiares. Numa dessas viagens, eu estava sentada na terceira fila atrás do motorista e na minha frente dois agricultores, gente humilde e simples como a maioria dos passageiros. O ônibus “daqueles” bem antigos, tipo da novela “Tieta do Agreste”, era um sobe e desce de passageiros, por aquela estrada de chão empoeirada. Os ditos cujos agricultores só falavam da seca, pois naquela época foi brava mesmo. Todos estavam apavorados com ela, pois aonde quer que fôssemos o assunto era a tal da seca. O ônibus parava a todo instante, para pegar e deixar gente, e os dois agricultores continuavam no assunto da tal seca: quando o ônibus parava ficavam quietos e era só o ônibus continuar e o assunto era sempre o mesmo: a seca.
 
Numa dessas paradas, entrou uma velhinha toda de preto, alta e muito magra, que ficou de pé ao lado dos dois agricultores, pois o ônibus estava sempre cheio, e os passageiros iam de pé, quase em cima dos que estavam sentados. A dita velhinha, toda de preto, alta e magra, ia numa seriedade preocupante. Foi quando um deles perguntou para  o outro: “Até onde irá essa seca?” O que a velhinha num alto e bom tom respondeu: “Vocês não tem nada que saber”. Depois de uma breve pausa respondeu bem alto: “Vou para Canguçu.” Os dois murcharam, ficaram mudos e foram toda a viagem em silêncio. Eu fiquei também quieta, rindo sozinha”.

sábado, 12 de maio de 2012

Se beber não morra

O meio rural está recheado de histórias interessantes e algumas delas incríveis, parte delas resgato no meu livro “Histórias e estórias no sítio”, elas fazem parte de uma  primeira publicação sobre a temática e foram contadas pelos próprios extensionistas rurais. Estes como fonte fidedigna, me fazem acreditar em todas.
Porém, uma delas ainda não foi publicada e aproveito para contar aqui no espaço Repórter Rural, quem me contou foi uma colega jornalista e o fato aconteceu quando ela visitava o sítio da avó. Todo o jornalista tem um compromisso com a verdade, neste caso o meu é reproduzir a história direitinho.
O fato aconteceu no interior de São Lourenço do Sul, em um sítio de imigrantes alemães. A fartura de plantas de butiá, nas redondezas estimulou o pessoal fazer licores e todo tipo de preparados com cachaça. A bebida era consumida moderadamente apenas como “aperitivos”, antes ou após as refeições. Mas, a família tinha um problema: o que fazer com a sobra? Com os butiás alcoolizados ou curtidos no álcool?
Ocorre que o pessoal estava saindo apressado para uma festa na colônia, daquelas que duram o dia inteiro, mas antes teriam quer dar destino aos butiás embebidos e encharcados de cachaça. Foi aí que o avô teve a iniciativa de jogar as frutinhas nos fundos do pátio, próximo a uma cerca. A idéia só não foi bem sucedida, porque a criação de gansos resolveu comer os butiás curtidinhos de cachaça.
O resultado foi desastroso, quando a família chegou da festa encontraram os gansos esticados no chão, duros. A avó não teve dúvidas, antes que caísse a noite, resolveu aproveitar pelo menos as penas das aves, pois estas davam excelentes travesseiros ou serviriam para as cobertas de inverno. A providência de enterrar os animais mortos ficou para o dia seguinte.
Amanheceu no sítio... e o avô, cedinho foi dar milho para a bicharada e se surpreendeu quando apareceu a criação de gansos peladinhos. Ao passar o efeito do álcool eles sobreviveram milagrosamente.
Entre os humanos o caso é muito mais sério, pois é inconcebível que pessoas racionais, ainda dirijam seus carros depois de ingerir álcool. Pesquisa recente da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), revela que 43% dos indivíduos entrevistados que beberam, consumiram pelo menos três doses em festas antes de dirigir. Entre os condutores de carro, o índice de alcoolizados chega a alarmantes 56,6%. A pesquisa revela que entre os motoristas de automóveis que tinham consumido bebida, 100% ingeriram quantidade acima do que prevê a legislação (0,6g/l).
Ações isoladas como as da ONG Vida Urgente de Porto Alegre, embora preciosas, ainda não são suficientes. É necessário uma campanha conjunta aos governos, com um firme propósito de salvar vidas. O trabalho começa pela conscientização dos jovens, as maiores vítimas nas estatísticas. Se beber não morra, você poderá ser encontrado na beira de uma cerca, sem penas ou melhor sem roupas, isto se tiver a mesma sorte dos gansos: sobreviver milagrosamente.
Marco Medronha

terça-feira, 8 de maio de 2012

Aposentadoria rural


Costumeiramente realizamos reportagens sobre as atividades que sustentam as propriedades de economia familiar, nelas são mostradas como produzir frutas, cereais, hortigrajeiros, leite e várias outras produções agrícolas, mas dia destes me surpreendi com uma pauta, na qual colocava os benefícios da aposentadoria rural como componente fundamental em cerca de 30% estabelecimentos.

Ao fazer a matéria constatei um quadro preocupante ao verificar produtores periféricos nas regiões urbanas, empobrecidos, estagnados e totalmente dependentes dos recursos previdênciários.  Claro que aqueles que já cumpriram seu papel na vida produtiva e alcançaram a idade mínima exigida merecem receber, até muito mais do que recebem. O que acho injusto são alguns com muita saúde e vitalidade vivendo à sombra dos aposentados.

Outro problema constatado foi a falta de informação dos habitantes rurais sobre o tema: Aposentadoria do trabalhador rural. Acredito que este deveria ser um assunto de rotina nas comunicações dos órgãos de assitência aos agricultores. Conversei com muita gente que não tinha a mínima idéia de como proceder para obter a aposentadoria e em muitas situações já tinham o direito adquirido.

Pensando em auxiliá-los procurei informações em sites oficiais ou idôneos. A lei diz o seguinte:
“Têm direito ao benefício os trabalhadores urbanos do sexo masculino a partir dos 65 anos e do sexo feminino a partir dos 60 anos de idade. Os trabalhadores rurais podem pedir aposentadoria por idade com cinco anos a menos: a partir dos 60 anos, homens, e a partir dos 55 anos, mulheres.
Para solicitar o benefício, os trabalhadores urbanos inscritos na Previdência Social a partir de 25 de julho de 1991 precisam comprovar 180 contribuições mensais. Os rurais têm de provar, com documentos, 180 meses de atividade rural”.                                                                     
http://www.previdencia.gov.br
Previdência Social do Brasil, diz que pequeno trabalhador rural é considerado um segurado especial. É um segurado que não precisa fazer contribuições para obter benefícios. Tem direito a quase todos os benefícios, só não pode se aposentar por tempo de contribuição. Sua renda é sempre fixada em um salário-mínimo.
Documentação: Documentos pessoais, bloco de produtor rural com emissão de uma nota por ano, podendo ser uma a cada três anos. Tem que apresentar comprovação da terra onde exerce sua atividade. A terra pode ser própria ou de terceiros. No caso de terceiros tem que apresentar um documento que comprove de que forma utiliza a terra. Pode ser arrendamento, parceria, cedência, ou qualquer outra forma. O contrato tem que ser feito na data em que começou a atividade, tem que estar registrado em cartório ou com reconhecimento das assinaturas que comprovem a data em que foi firmado.   http://www.aposentadorias.net/2009/11/aposentadoria-do-trabalhador-rural.html
 Marco Medronha

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Eles foram maioria

      
Sabedoria Indígena: “Não ande atrás de mim, talvez eu não saiba liderar. Não ande na minha frente, talvez eu não queira segui-lo. Ande ao meu lado para podermos caminhar juntos”. Provérbio Ute
Lembro com saudades, ainda quando estudava no ensino fundamental, das primeiras pesquisas realizadas na escola sobre os povos indígenas. Os livros de história mostravam aldeias com índios felizes, que viviam do cultivo primitivo de alimentos para a sobrevivência, caçavam, pescavam e possuíam muita intimidade com a natureza.
No ano de 1500, com a chegada dos portugueses e o descobrimento do Brasil, os índios eram donos dessa da terra e conseqüentemente maioria no território de madeiras nobres e riquezas naturais. Não demorou muito para que eles  fossem enganados, agredidos  e perdessem seus bens para a minoria branca. Eles, quase exterminados, passaram a viver de migalhas da sociedade e foram transformados em minoria.
Sabedoria indígena: “Somente após a última árvore cortada, o último rio envenenado. Somente após o último peixe ser pescado. O homem descobrirá que o dinheiro não pode ser comido”. Provérbio Cree
Em 1940, ocorreu no México, o primeiro Congresso Indigenista Interamericano, com autoridades governamentais de vários países da América. No entanto, os índios receosos, não participaram, pois no evento seriam minoria e estariam sob o domínio e coordenação dos brancos. O congresso serviu, para as primeiras reflexões sobre a situação dos indígenas e para marcar o dia 19 de abril, como o Dia do Índio, data comemorada em todo continente americano.
Programas governamentais e políticas públicas, surgem com foco no povo indígena, as linhas e objetivos são direcionados para as melhorias das condições de moradia, alimentação e saúde nas aldeias. Para os especialistas este é um grande desafio, pelo fato de estarem lidando com um público muito especial, capaz de ensinar muito mais do que receber, pois eles são portadores de um vasto conhecimento sobre a natureza e nem sempre estão dispostos a compartilhar saberes. 
Sabedoria indígena: “No dia do seu nascimento você chorou e o mundo se alegrou. Viva sua vida de modo que no dia de sua morte o mundo chore e você se alegre”. Cherokee
Os resultados ainda são mínimos e o que podemos ver na mídia ou pelas ruas das cidades são indígenas prostituindo sua cultura, pedindo gorjetas, vendendo artesanato para sobreviver. São famílias inteiras nas calçadas lutando pela sobrevivência e, agora mais recentemente em conflitos com agricultores pela posse de terras. Propriedades que eles tinham quando foram maioria.
Marco Medronha

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Você conhece um chupim?


Entender o comportamento das pessoas é um desafio constante para os estudiosos da área das ciências humanas. Profissionais da sociologia, psicologia, filosofia e outros educadores, se surpreendem com o aparecimento, cada vez maior, de indivíduos oportunistas, que vivem para levar vantagem em tudo e procuram sempre tirar proveito da situação, doa a quem doer.
Quem vive no meio rural, possivelmente já viu um pássaro  com o apelido de chupim, pois esse bichano aproveitador põe seus ovos no ninho de outros pássaros, principalmente no ninho do tico-tico, para que seus filhotes sejam ali criados, alimentados, aquecidos e educados.  
É na sabedoria da natureza que podemos buscar alguns exemplos, muitos, ou talvez todos os questionamentos que necessitamos para entender questões sociais da humanidade. Quem vive no meio rural, possivelmente já viu um pássaro  com o apelido de chupim, pois esse bichano aproveitador põe seus ovos no ninho de outros pássaros, principalmente no ninho do tico-tico, para que seus filhotes sejam ali criados, alimentados, aquecidos e educados.

Como acontece nas leis da natureza, o tico-tico, muito gente boa, aceita pacificamente a intromissão.  O chupim intrometido, de tanto enganar o tico-tico desenvolveu uma outra habilidade, ao longo das gerações adaptou-se à situação e passou a colocar ovos muito semelhantes aos da fêmea do tico-tico. A fêmea, no instinto maternal, choca os ovos do chupim como se dela fossem. Tem mais... os filhotes do chupim nascem primeiro e geralmente expulsam os irmãos de criação do ninho.
Sei que você conhece um chupim, ele pode ser alguém próximo da família, um colega de trabalho, um político, uma sigla, uma entidade, enfim... alguém ou alguns que adoram uma acomodação ou simplesmente vivem para ocupar um lugar que não é seu de direito.
Você provavelmente conhece um chupim, indivíduo  que vive aplicando a Lei de Gerson, sempre se dando bem a custas de outros. Aquele camarada que não carrega seu próprio fardo, ao contrário, coloca nas costas dos outros sempre. Se você não ficar esperto vai dar carona para o chupim e sustentá-lo pelo resto da vida. Sei que você conhece um chupim, ele pode ser alguém próximo da família, um colega de trabalho, um político, uma sigla, uma entidade, enfim... alguém ou alguns que adoram uma acomodação ou simplesmente vivem para ocupar um lugar que não é seu de direito.

Por isso, compartilhe sua vida com pessoas do bem e pelo menos tente transformar um chupim num outro pássaro. Sugiro que conheçam o pássaro preto, de aparência muito semelhante a do chupim, mas que ao contrário, é um pássaro parceiro, muito sociável e que costuma retribuir o carinho recebido, além de ter um belo canto. Fique atento aos exemplos da natureza, ela apresenta alternativas para os bons observadores.


Marco Medronha
mmedronha@hotmail.com

sexta-feira, 13 de abril de 2012

O poder das palavras


Descobri a algum tempo, assistindo uma palestra, um texto atribuído a Olavo Bilac, no qual mostra um exemplo do poder das palavras ou de alguém que teve o dom de escrever para nos fazer entender coisas que temos dificuldade de compreender. É uma dessas histórias ou fábulas, que ajudam a refletir sobre algumas dificuldades que teimamos em não enxergar. Talvez, porque nunca alguém utilizou corretamente as palavras certas.

O texto dizia assim: "Um comerciante pediu ao amigo Olavo Bilac, poeta e jornalista, que escrevesse um texto para o jornal, anunciando a venda de um sítio de sua propriedade. Dias depois, o poeta Olavo Bilac enviou ao jornal: Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo, cortada por cristalinas e marejantes águas de um ribeirão. A casa, banhada pelo sol nascente, oferece a sombra tranquila das tardes na varanda. Tempos depois, aquele comerciante, proprietário do sítio, encontrou Olavo Bilac e disse-lhe que havia desistido da venda, porque pelo texto do poeta, viu que ali não havia uma casa abandonada, que só lhe dava prejuízos e incomodações; mas sim, um lugar de paz, como Olavo Bilac o fez enxergar”.

Muitos são os motivos que levam as pessoas a se desfazerem de seus bens imóveis, principalmente as que vivem no campo. O êxodo rural é uma realidade e uma preocupação dos governos, pois alguns fatores como a falta de condições para produzir alimentos, o isolamento, a dificuldade de acesso à informação ou ainda, a falta geral de perspectivas expulsam especialmente o jovem, que sai em busca melhores oportunidades e, não raramente, a família vai junto, ocasionando a venda propriedade rural.

Sei que somente palavras, por melhores que sejam, são insuficientes para resolver a problemática do êxodo rural, mas que um bom texto pode mudar realidades. Sei também, que palavras ao vento viram conversa fiada; falar demais nem sempre é o melhor, pois corremos o risco do discurso enfadonho e cansativo. Em certos momentos, é preferível o uso de poucas palavras, quem sabe apenas uma palavra: obrigado! Ou duas: muito obrigado! Três palavras: obrigado Olavo Bilac.

Marco Medronha
mmedronha@hotmail.com

domingo, 8 de abril de 2012

Oportunidade a vista


Pessoas que visitam o extremo sul do Brasil se encantam com a paisagem e o modo de vida dos gaúchos dessa região. Os olhos avistam longe, o horizonte de terras planas ou levemente onduladas, onde os arrozais se alternam com as pastagens povoadas pelo gado, símbolo da carne de qualidade, que vira alimento e sustenta a tradição do suculento churrasco.  A lavoura orizícola e a pecuária de corte representam o suporte econômico desta região, as duas culturas são a própria etimologia da palavra agropecuária; o arroz e a carne também simbolizam nosso prato mais tradicional: o carreteiro.

Algumas cheias de histórias, marcadas por batalhas sangrentas dos revolucionários farroupilhas ou por cercas de pedras brotadas do trabalho escravo, que embora belas e rústicas escondem a vergonha pelos maus tratos do passado.

As propriedades rurais que aportam estas economias praticam atividades extensivas e são caracterizadas por exuberantes fazendas. Algumas cheias de histórias, marcadas por batalhas sangrentas dos revolucionários farroupilhas ou por cercas de pedras brotadas do trabalho escravo, que embora belas e rústicas escondem a vergonha pelos maus tratos do passado.

Esta é apenas uma contextualização generalista que caracteriza a agropecuária predominante nas áreas planas,  mas também temos aqui economias de áreas onduladas ou de serra onde os imigrantes diversificaram plantando frutas e hortaliças. Sem esquecer as regiões litorâneas do mar e das lagoas que encantam os olhos e proporcionam o sustento de milhares de famílias.

No entanto, a sensação que temos ao falar em turismo rural é que  necessitamos evoluir muito neste terreno, principalmente no preparo das pessoas que recebem os turistas.

São aspectos estruturais e econômicos de uma região rica em oportunidades no turismo rural, por sua condição geográfica, histórica, cultural, diversa e ao mesmo tempo única. No entanto, a sensação que temos ao falar em turismo rural é que  necessitamos evoluir muito neste terreno, principalmente no preparo das pessoas que recebem os turistas. Nosso potencial turístico é concreto, este se apresenta como uma importante alternativa de desenvolvimento rural sustentável para as propriedades e comunidades gaúchas.

Além de gerar renda valoriza a nossa cultura, preserva nossas tradições e até mesmo o meio ambiente, mas ainda é necessário qualificar os produtos, serviços e quem sabe profissionalizar as pessoas para atuar neste mercado que não aceita amadores. Acreditamos que nas dificuldades estão também as oportunidades e o turismo esta bem a vista.

Marco Medronha
repórter-rural.blogspot.com
mmedronha@hotmail.com