quarta-feira, 4 de julho de 2012

O Reencontro de homens com os guris

 

       Encontro de ex-alunos realizado em 01/07/2012, na Esc.Téc .E. Santa Isabel – São Lourenço do Sul/RS

 A utilização das redes sociais, especialmente o Faceboock, foi a ferramenta de comunicação fundamental para encontrar egressos do antigo ginásio agrícola, em uma das mais tradicionais escolas técnicas da região sul do Estado. O dia 01 de julho de 2012, certamente vai ficar marcado nesta escola como o reencontro dos homens do presente com os guris do passado.
Neste dia de muita emoção, os homens do GASI, que aqui estudaram no início da década de 70, e que atualmente desempenham as mais variadas atividades em todo o RS, vieram rever antigas amizades, contar o que fazem e relembrar os tempos de guri. Eles são empresários, profissionais das ciências agrárias, profissionais liberais, políticos, professores, funcionários públicos, privados, agricultores e jornalista. Todos com uma mesma identidade: origem do meio rural.
Foram contadas histórias de luta e superação, mas ao mesmo tempo um reencontro de muita alegria. Afinal, tempo de guri é sempre muito divertido, são momentos em experimentamos sensações de muita responsabilidade, ao mesmo tempo que podemos arriscar mais, brincar e na brincadeira séria descobrir nossos talentos. Lembro aqui do Grêmio Estudantil Silvio Centeno, lugar onde fiz meus primeiros ensaios como jornalista, no setor de divulgação e membro da diretoria. Quantos colegas conheceram no movimento estudantil, a possibilidade de serem vistos e exercerem lideranças, pois as primeiras noções de responsabilidades podem ser adquiridas no exercício de funções que representam uma determinada classe.
Foi pensando no jornal impresso que fazíamos “A voz do GESC”, do grêmio estudantil, rodado no velho mimiógrafo que me inspiro a evoluir para as novas mídias, criando o meio eletrônico “A voz do GASI”, talvez um blog ou videolog, para que possamos tornar novas velhas e boas histórias do internato. Convido a todos que participaram do encontro, os que não puderam estar presentes, os de perto, os de longe, que compartilhem suas memórias. Quem não lembra do cantinho, da fila do almoço, dos bichos, dos veteranos, dos cascudos, do gancho, das aulas práticas, do futebol, do ping-pong, da quadra de esporte em chão batido, dos professores, do seu Olavo, do Ferpa, do seu Wolny e do time da escola. Claro que muitas histórias não poderemos contar, pois essas ficam para aqueles momentos em que a gente pessoalmente, de novo, se encontre para dar boas risadas.
Estamos desenvolvendo a ferramenta do meio eletrônico, por enquanto realizo esse post, no meu blog pessoal Repórter Rural, mas deixo meu e-mail para que colaborem enviando suas histórias pitorescas ou quem sabe tente colocar no papel aquele sentimento expressado no encontro. Assim vamos mapeando e formando uma grande corrente, com força suficiente para quem sabe no futuro ajudar nossa querida escola ginasial.
Abraços
Jornalista Marco Medronha    -  mmedronha@hotmail.com

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Biodiversidade a perigo


O conceito de biodiversidade pode ser entendido como a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, abrangendo os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos complexos ecológicos de que fazem parte, compreendendo, ainda, a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas.

A variedade de vida no planeta está contida nos processos ecológicos e associados aos sistemas. Entre as áreas prioritárias no Rio Grande do Sul encontramos a Quarta Colônia, localizada na Encosta da Serra Geral e a Depressão Central. Outra área é formada pelos Campos da Campanha, onde está o falado bioma do Pampa. O Escudo Sul-rio-grandense faz parte da chamada Serra do Sudeste e o Litoral Médio guarda a Lagoa dos Patos e o Oceano Atlântico.

Pelo menos três das áreas mais importantes do Estado, pertencem à metade sul e dizem respeito diretamente as pessoas que nela vivem e nestas estão inseridas. Os impactos e os perigos a biodiversidade residem no meio rural, e isto não quer dizer que somente os agricultores e suas famílias são responsáveis. Todos os seres pensantes do planeta possuem responsabilidades, e estas começam pela consciência própria e pela conscientização de todos da nossa espécie.

Aos nossos olhos, as práticas agropecuárias que agridem o meio ambiente são as mais variadas e vão desde uma inocente queimada até uma perigosa aplicação de agrotóxicos. Isto sem falar no desmatamento ou a ameaçadora caça e matança de animais em perigo eminente de extinção. Aos olhos do mundo, vinte anos após a Cúpula da Terra, realizada no Rio em 1992, a Rio mais 20 apresentou-se como mais uma oportunidade de refletir sobre o futuro que queremos para a sustentabilidade do planeta.

Os líderes do planeta, as organizações não governamentais e vários grupos representantes da sociedade mundial reuniram-se para determinar como é possível reduzir a pobreza, promover a justiça social e a proteção do meio ambiente em um planeta cada vez mais habitado. O que se viu foi a produção de um texto pobre em definições e descomprometido com a esperada “economia verde”, o criticado documento não trata com clareza das responsabilidades e das origens dos recursos.

Textos e documentos à parte, talvez a maior decepção tenha sido o comportamento das pessoas, dos grupos sociais, representantes de etnias e estudiosos da sustentabilidade. As notícias veiculadas nos meios de comunicação mostraram manifestações desordeiras e muitas vezes violentas. O maior perigo à biodiversidade reside nas diferenças ou nas cabeças daqueles que confundem políticas sociais com políticas partidárias. 

Marco Medronha
repórter-rural.blogspot.com
mmedronha@hotmail.com

domingo, 24 de junho de 2012

Como uma onda

 
Como viver em uma sociedade em que tudo muda muito rapidamente? O certo é que hoje é diferente de ontem, os dias de amanhã, depois e depois... não serão iguais. Quem me conhece sabe, que gosto das letras e melodias do Lulu Santos, pois “Nada do que foi será, de novo do jeito que já foi um dia, tudo passa, tudo sempre passará”. Na vida é assim mesmo,  vem em ondas, todas diferentes, assim como no mar.
Talvez, as mudanças mais significativas do período contemporâneo sejam na área da comunicação, a cada dia surgem novas tecnologias na telefonia, na interatividade da televisão, do rádio, nos jornais (agora também on-line), nos computadores. Aliás, com os computadores pessoais que estão nos aparelhos portáteis, todo o cidadão que tiver um pode, a qualquer momento, fazer registros de vídeo e áudio. Com a democratização dos meios digitais, as pessoas podem experimentar o gosto de serem repórteres da vida real ao espalhar na rede a “pseudo reportagem”. Esta pode, com toda certeza mudar a vida das pessoas.
Estamos experimentando com toda certeza, um período em que a velocidade da informação ganha importância e que cada vez mais desenvolve a capacidade cognitiva das pessoas, para o bem ou para o mal. Confesso que como jornalista e repórter “das antigas”, isso me preocupa. A rapidez com que as coisas acontecem prejudica a capacidade de reflexão dos cidadãos sobre coisas, fatos, conceitos. Assim defendo a  idéia de que devemos experimentar uma mudança refletida fazendo cursos de formação que nos capacite nas várias áreas do conhecimento, inclusive na espiritual. 
Se não tiveres nenhum curso à vista, pelo menos converse com alguém, não deixem de exercitar a conversação, o diálogo é sempre enriquecedor. Como dizem os sociólogos: a prática discursiva contribui para reproduzir ou para transformar as identidades sociais as relações sociais, e os sistemas de conhecimento e crenças, ou seja, pode reproduzir a sociedade ou transformá-la. Teoria da análise do discurso clássica de Fairclough (2001, p.92) defende que as relações estão no centro de um sistema de educação, e que a consistência dos padrões de fala no interior e no exterior são fundamentais para a reprodução. Do clássico retorno ao popular Lulu,  para dizer que não adianta fugir, nem mentir pra si mesmo agora. Há tanta vida lá fora, aqui dentro sempre como uma onda no mar. Saiba aproveitar as oportunidades, pois elas serão boas se você estiver preparado. Não tenha tanta pressa,  consolide primeiro as mudanças no seu interior, assim você vai surfar nesta onda.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Doces lembranças dos caseiros

                        
Os doces caseiros nem sempre estão na vitrine da Fenadoce de Pelotas, quem desejar saboreá-los poderá ter sucesso e encontrá-los em um  Café Colonial ou talvez entre as doceiras tradicionais da Fábrica dos Doces. São produzidos geralmente com produtos da época, no caso da nossa região são bastante confeccionados nas propriedades rurais que cultivam pêssego, morango, abóbora, batata doce e outros mais.
Entre os caseiros podemos encontrar schimias ou geléias, doces cristalizados, doces em pasta ou compotas, doces preparados com frutas ou legumes inteiros, em calda rala. As compotas se conservam por muitos meses quando acondicionadas corretamente, os técnicos recomendam seguir as normas de saúde, entre estas colocar os produtos em vidros esterilizados e bem tampados e guardadas em geladeira; ou preparadas diretamente em recipientes próprios para compotas, encontrados nas casas especializadas.
Os doces caseiros geralmente nos remetem a lembranças de fases da vida ou de pessoas queridas, das quais não esquecemos jamais. Pode ser o doce feito pela avó, pela mãe do coração, pela tia amorosa, ou quem sabe pela dinda. Sem esquecer que a cozinha não é mais território exclusivo das mulheres. Ao produzir reportagens no meio rural tive a oportunidade, porque não dizer a felicidade, de provar doces caseiros maravilhosos. Entre tantos destaco as características daqueles que ficaram na minha lembrança.
Papo-de-Anjo é um doce típico português, assim como a maioria dos doces a base de ovos, especificamente da gema. A maior parte de sua produção tinha destino certo: fornecer clara para utilização na atividade manufatureira. A clara era usada como purificador na fabricação de vinho branco e, principalmente, para engomar os ternos dos chiques e elegantes do mundo ocidental.
Doce de abóbora é um doce brasileiro típico da culinária do Rio Grande do Sul, produto típico das pequenas propriedades de economia familiar. Além da abóbora, os outros ingredientes utilizados no seu preparo são cal virgem para uso culinário, açúcar, água, cravos-da-índia e canela em pau.

Ambrosia conhecida como manjar dos deuses é um doce de sabor divino, alguns relatos da história afirmam que a ambrosia tinha o poder de cura e se um humano comesse morreria. Outros dizem que segundo a cultura grega, o doce era tão poderoso que se um mortal a quem era vetado, a comesse, ganharia a imortalidade. Crenças à parte a ambrosia é show.

Doce de batata doce, minha avó já dizia: “Não existe doce mais doce que o doce de batata doce”. Feito no velho e competente fogão à lenha possui uma receita simples e básica: 3 quilos de batata doce, 2 quilos de açúcar cristalizado, 1 litro de leite e 4 lascas de canela em pau. Huuummmmm... doces lembranças!

Marco Medronha






domingo, 10 de junho de 2012

Doces para todos os momentos


Um dos sinais de maturidade da Fenadoce foi por certo, o projeto de Identificação de Procedência dos Doces de Pelotas, a iniciativa funciona como um selo de autenticidade e proporciona um seguro contra imitações.  A certificação, além de proteger a cultura doceira de Pelotas, beneficia os produtores da região, que terão mais segurança na comercialização.
O consumidor também sai ganhando, pois vai saborear um doce genuíno, de valor agregado característico da produção local, com a manutenção da tradição de receitas centenárias, as quais vem passando por muitas gerações. Outro costume saudável da nossa gente é presentear amigos e parentes que estão em outros rincões, longe de casa ou para aqueles que ainda não tiveram o privilégio de conhecer o autêntico e inconfundível Doce de Pelotas.
Cada doce é uma obra de arte, neles estão contidos muitos sentimentos porque são feitos por doceiras de forma artesanal. Neste espaço do repórter rural, por conhecer o trabalho que começa no campo com os agricultores na produção das frutas e vai até o processamento das frutas pelas associações e cooperativas doceiras, me atrevo a recomendar alguns doces tradicionais para momentos e situações especiais:
Beijinho de Coco – Para curtir entre namorados, casais apaixonados – É um doce composto de gemas, coco e açúcar. Possui formato esférico coberto com fondant e decorado com confeitos prateados. Huuumm... é redondinho.
Bem Casado – Para não esquecer que a esposa e o esposo, mesmo com tempo de casados, ainda são namorados – Doce composto de discos de pão-de-ló chamados popularmente como “esquecidos”. Estes são unidos por um recheio de ovos moles e cobertos com fondant, em uma espessura fina e regular.
Quindim – Para saborear entre amigos ou amigas do coração – É um doce elaborado obrigatoriamente com gemas de ovos, coco ralado e açúcar, levemente assado em forno para garantir sua textura inconfundivelmente tenra.
Camafeu – Para presentear a chefia ou pessoa fina e elegante que você conhece – Doce basicamente feito com massa de nozes chilenas ou pecan, formato de cilindro e glaceado. É também uma réplica de um adereço utilizado desde os tempos mais remotos, nas roupas da alta sociedade.
Pastel de Santa Clara – Para enviar à alguém distante, a fim de que este sinta saudades de casa ou experimente a novidade – Doce feito de massa muito fina, dobrada em forma de envelopes com duas partes que se unem sobre o doce. É recheado de ovos moles, tem textura leve e crocante.
Existem outros tantos doces de sabores consagrados, cada um deles com suas histórias e preferências, são mais de trezentas receitas e nelas estão impregnadas a cultura de nossos imigrantes.

Marco Medronha

domingo, 3 de junho de 2012

Onde está a pauta?


Toda a semana o jornalista se envolve com pautas que vão gerar a produção de reportagens. Tecnicamente, a pauta é a orientação que os que os repórteres recebem para desenvolver o assunto gerador da história que será contada, com quem deverão falar, onde e como. A pauta, nem sempre pode ser planejada, na vida de um repórter muitas vezes ela aparece de improviso, como por exemplo: um acidente de carro, uma chuva de granizo inesperada, a descoberta de  falcatruas, a queda de um político influente, entre tantas outras.

Na vida de repórter rural já produzi infinitas pautas e na prática confirmei a teoria de que é necessário estudar minimamente o tema, conversar com as pessoas sobre o assunto, com a finalidade de quando chegar ao local do evento estar instrumentalizado e ter condições de dialogar com as pessoas envolvidas. A pauta não é rígida, o repórter tem a liberdade de modificar as abordagens e sugerir outros entrevistados e até mesmo mudar consideravelmente a natureza da reportagem.

Nas jornadas pelo meio rural aprendi que o produto final da reportagem pode ter resultados inesperados e nem sempre “rende” aquilo que imaginamos. Simplesmente, porque a fonte da notícia são pessoas e estas podem atender ou não as expectativas. O repórter, por sua vez, não deve exercer uma posição de  inquisitor, mas alguém que saiba dialogar, conversar. Não raramente, de onde menos esperamos é de onde surgem as grandes reportagens, as vezes no mais simples rincão e com as pessoas mais humildes.

Este desafio de entender a essência de agricultores familiares, pescadores, índios, quilombolas e assentados da reforma agrária, público que na sua maioria esta à margem das políticas públicas, das tecnologias e que ao mesmo tempo são fundamentais, não só  para a produção de alimentos mas para a sustentabilidade ambiental, e por muitas vezes para o equilíbrio social.

Dias desses fui no município de Jaguarão produzir duas pautas: manejo rotativo de pastagens e tosquia de inverno. Os técnicos e produtores familiares mostraram um trabalho exemplar de manejo com ovinos e com bovinos em propriedades de belo aspecto visual. Junto com o cinegrafista Jonas, captamos imagens que ao final do dia nos deixaram realizados, mas quando a noite caiu ainda atendemos um último chamado, daqueles que se atende por amizade ou consideração, ou até por sentimento de solidariedade.

Conhecemos então, o trabalho da professora Silvia com alfabetização de adultos, uma pessoa iluminada que ministra suas aulas na garagem de sua humilde casa no bairro Pindorama. Naquele dia apenas três alunos estavam presentes, mas a casa estava cheia de esperança e muita sabedoria, conhecimento que não se encontra nem nas melhores universidades, mas sim na vivência de cada um deles. Depois de muitas trocas e horas de agradável convivência percebi que ali estava a minha pauta do dia,  pelo menos aquela que prefiro: descobrir o encanto das pessoas simples.


Marco Medronha


domingo, 27 de maio de 2012

Identidade que faz a diferença

A sociedade que constrói a identidade do indivíduo pode ser a mesma que aponta para as diferenças. Vivemos em um processo de construção contínuo, onde cada um procura se entender, se conhecer melhor, buscar suas raízes, encontrar-se com sua identidade, mas o sistema parece enxergar muito mais as diferenças e talvez por isso estas apareçam mais, são mais marcadas.

Como a produção social da identidade e da diferença tende a ser naturalizada, se faz necessário que entendamos seus conceitos e definições. De certa forma parece ser fácil definir “identidade” (Silva, 2000, p.74), pois ela pode ser vista apenas como aquilo que se é: “sou branco”, “sou negro”, “sou homem”, “sou mulher”, “sou urbano”, “sou rural”. Nesta visão a identidade é concebida como uma característica independente, um fato autônomo, auto contido e auto-suficiente.

Quando participo de reuniões onde estão presentes comunicadores de outros estados brasileiros é fácil perceber a identidade de cada região, pela diferença na forma de se expressar, tanto na fala quanto nos costumes. Nosso povo gaúcho tem características bem marcadas, não só pelo sotaque, mas pelo orgulho de das tradições. A maioria dos habitantes do Rio Grande do Sul, que moram aqui são gaúchos de nascimento e falam das belezas dos pampas, do chimarrão, companheiro inseparável nas reuniões, no trabalho ou após  este em uma roda de amigos.

Recentemente conheci o relato de uma bióloga do Depto de Biologia/USP, Mara Silvia Costa. Ela escreve que durante um estágio no estado de Roraima, ficou claro a falta de identidade daquele povo. Ela relata: “Para começar o mais difícil de encontrar por aqui é roraimense. Acho que a proporção é de 1 roraimense para cada 10 pessoas é bem razoável.Tem gaúcho, carioca, cearense, amazonense, piauiense, maranhense e por aí vai. Portanto falta uma identidade com a terra. Mais de 70% do Território roraimense é demarcado como reserva indígena, assim restam apenas 30%, descontando-se os rios e as terras improdutivas, que são muitas, para se cultivar a terra ou para a localização das próprias cidades”
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Ela continua o relato: “A maioria dos índios fala a língua nativa além do inglês ou francês, mas a maioria não sabe falar português. Dizem que é comum na entrada de algumas reservas encontrarem-se hasteadas bandeiras americanas ou inglesas”.

Parafraseando Joca Martins “É aí que eu refiro”, a identidade cultural dos gaúchos faz a diferença e a afirmação da identidade implica em dizer ao mundo o que “somos”, essa demarcação de fronteiras separa e diferencia, sugerindo e instigando relações de poder, pois a identidade está fortemente ligada à separação entre “nós” e “eles”. O Rio Grande do Sul é um outro Brasil.

Marco Medronha