No dia 28 de julho a classe trabalhadora do meio rural comemora o “Dia do Agricultor”, data que deveria ser muito mais festejada pelos habitantes do meio urbano, pois vêm do campo os produtos que consumimos diariamente. Sabemos que o agricultor é aquele que trabalha a terra para tirar o sustento, cuida das plantações e das criações com a finalidade de produzir alimentos que mantém viva as populações.
Esta pode ser uma definição simplista, mas é extremamente importante que todos saibam quem produz e quem consome, na medida de que o agricultor não deveria nunca mais ser visto como alguém sem valor e por muitas vezes ridicularizado por aqueles, sem noção, que moram na cidade. Ao contrário, o agricultor deveria ser visto e entendido como pessoa muito importante para a sociedade. Talvez mais que o vereador, o prefeito, o deputado, o senador, o governador e quiçá o (a) presidente da república.
Mesmo com todo o noticiário anunciando com freqüência recursos como: programas e projetos, verbas destinadas ao setor, o voluntarioso trabalho da extensão rural e da assistência técnica, o êxodo rural continua de forma galopante. Com o desenvolvimento não sustentável as cidades incham e o meio rural diminui assustadoramente. Segundo dados do senso do IBGE, realizado ainda em 2006, existe no Rio Grande do Sul, 442 mil estabelecimentos rurais e desses quase 120 mil não teriam mais a presença de jovens (14 a 24 anos).
O quê fazer para segurar o jovem no campo diante de tantos apelos da cidade? O certo é que as estratégias utilizadas atualmente não estão dando resultado. Quantos programas lançados, quanto recurso insuficiente, quantos esforços desprendidos em vão para tão pouco efeito. Os mais velhos persistem nas terras e possivelmente estejam utilizando métodos antiquados de sucessão da propriedade.
A sociedade tem que ficar alerta, o sinal vermelho acendeu no rural e este é um problema de todos. O tema deve ser discutido na célula familiar, nos pequenos grupos, na comunidade, ganhar as cidades, o Estado, o País. Não vou incluir a classe política no assunto para não passar a régua e dizer que nada fizeram de efetivo até agora, a final ainda temos a esperança de que existem políticos do bem e que seus projetos são bem intencionados.
Enfim, este é um problema complexo demais para ser tratado apenas aqui na coluna do “repórter rural”, mas deixo meu pedido, quase implorando, que pensem no assunto. Vamos realizar reuniões, seminários, congressos. Precisamos ajudar as famílias rurais que não sabem mais o que fazer para segurar os filhos. Eles saem em busca de uma “vida melhor”, mas todo conforto da cidade, da modernidade e da tecnologia pode existir também no meio rural. Dê sua contribuição em forma de sugestão, isto não custa nada e pode representar muito no conjunto das idéias.
Marco Medronha mmedronha@hotmail.com
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