domingo, 24 de novembro de 2013

Somos aquilo que comemos


A sentença é tão simples e verdadeira, que deveria tocar direto à consciência das pessoas preocupadas ou não, com o bem viver. A frase “somos aquilo que comemos” poderia ser uma criação publicitária da atualidade, dado ao fervor e o apelo da mídia para o consumo, mas ao contrário o dito foi proferido por Hipócrates, considerado pai da medicina, que divulgou a ideia há mais de 2500 anos. Ele também, provavelmente foi o primeiro a concluir que a boa alimentação tem efeitos medicinais e vem antes do remédio.

Acredito que não é necessário fazer um curso de nutrição para mudar nossos hábitos alimentares, basta ouvir os profissionais da área, seguir as recomendações e não se iludir com o apelo publicitário por consumo dos alimentos prontos, práticos e baratos. Muitas vezes, provocam uma falsa sensação de modernidade ignoramos as propriedades maléficas ao nosso organismo contidas, por exemplo, em uma lata de refrigerante: O mais famoso deles possui 39 gramas de açúcar.

Ainda ontem cheguei a um restaurante para almoçar e observei um jovem pedir ao garçom, um litro de refrigerante, aquele de líquido escuro que promete frescor nos dias quentes. De imediato lembrei da palestra da nutricionista, da Prefeitura de Cerrito, Renata Solé. Ela, juntamente com o pessoal da Emater, reuniu famílias rurais para falar sobre alimentação saudável, promover avaliação nutricional em crianças e adultos. Considero este assunto tão importante, quanto promover práticas agrícolas para aumentar a produção.

Na palestra realizada na Vila Freire, meio rural de Cerrito, as famílias unidas e perplexas pelas informações contundentes assistiram o vídeo “Muito além do peso”, documentário que mostra de forma prática situações da vida real, onde crianças obesas consomem desmedidamente produtos industrializados, como salgadinhos, refrigerantes outros carregados de conservantes. Os pais, inconscientes e dominados diante dos apelos dos filhos se curvam ao choro e a mal criação e acabam cedendo este tipo de “alimento”, muitas vezes sem imaginarem ou ignorarem as consequências futuras. Segundo o documentário, atualmente 53% das crianças no mundo sofrem com a obesidade.

Segundo o psiquiatra e professor em Educação da Universidade do Porto,  Carlos Mota Cardoso, "Vivemos numa altura em que há um fundamentalismo relativamente à silhueta, mas os casos de obesidade aumentam a cada dia". Ele diz também que a publicidade promove mais doenças que a saúde. Mas devemos atribuir a culpa somente a publicidade? Penso que não, este é um tema de responsabilidade de todos. O exemplo deve começar em casa, ser reforçado na escola e tornar-se, inclusive uma política pública. Afinal estamos falando da saúde da população.


Marco Medronha   mmedronha@hotmail.com








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