quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Perigos da tormenta, temporal ou tempestade

Quando o tempo ficava feio lá fora, minha avó tinha um ritual: Cobria os espelhos, fazia uma cruz de sal, desligava a eletricidade, guardava facas, tesouras e rezava para Santa Bárbara. Nunca discuti ou duvidei dos seus métodos, porque sabia que aquilo era uma forma de proteção a nossa família, uma atitude da experiência. Todos nós, por certo já ouvimos algumas histórias sobre acidentes causados por tormenta, temporal ou tempestade.

Dia desses ouvi no noticiário do rádio o depoimento emocionado de um agricultor, que perdeu toda a sua produção por causa da chuva de granizo, ele se referiu ao termo “tormenta”. Num primeiro momento achei estranho a forma como ele falou do evento, ao investigar descobri que: Tormenta é uma palavra do português, um substantivo que significa tempestade forte; Temporal é relativo ao tempo, grande chuva, tempestade e Tempestade é um estado climático caracterizado por ventos fortes e, muitas vezes, acompanhado por chuvas de granizo, relâmpagos e trovões.

Alguns agricultores são resignados pela ocorrência de perdas nas lavouras, outros fazem o seguro agrícola, pois sabem dos riscos e dos perigos dos fenômenos climáticos. Infelizmente, eles são comuns no campo e não raramente fatais. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), os raios principalmente, já causaram a morte de 1321 pessoas no Brasil entre os anos 2000 e 2010. O país é o campeão mundial de descargas elétricas e esse número vem aumentando com os anos, recebendo cerca de 50 milhões de raios por ano.

Tecnicamente, o raio é um fenômeno natural também chamado popularmente de relâmpago. É uma descarga elétrica ou descarga atmosférica que ocorre entre nuvens ou entre a nuvem e a terra. Os raios podem causar destruição atingindo pessoas, residências, danos a eletrodomésticos, transformadores e etc. Eles, os raios, costumam cair no caminho em que encontra menor “resistência” entre a nuvem e a terra. Os pontos altos e pontiagudos favorecem o início da descarga elétrica.

Certamente, o maior dano é a integridade física das pessoas e onde reside nossa grande preocupação. Na próximo espaço do Repórter Rural estarei falando sobre os perigos das descargas elétricas na praia e no campo.

Na praia ou no campo: Atenção redobrada

As tempestades climáticas, acompanhadas por descargas elétricas, vêem sendo monitoradas pela meteorologia. Felizmente, os serviços de previsão do tempo, através de suas estações espalhadas pelo país alertam, com certa eficiência, para os perigos dos prováveis eventos. No entanto, os cuidados ainda dependem de cada pessoa e, o mais importante é a informação como subsídio de como proceder em situações adversas. Na praia ou no campo, a atenção deve ser redobrada.

As recomendações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) alerta, que durante as tempestades, os banhistas devem evitar o mar, rios e piscinas, pois são superfícies lisas e a cabeça, ponto mais alto, pode atrair os raios. Se nadar é perigoso jogar futebol em gramados também traz riscos, já que também o jogo é realizado em superfície plana, com vários pontos altos de riscos. Nestes casos, existem no Brasil registros de várias ocorrências de acidentes fatais. O país é campeão mundial em número de raios, por ser também o maior país tropical; o clima quente favorece a formação de tempestades.

No meio rural, as áreas são geralmente abertas. Encontramos na paisagem  vegetação com pasto natural e cultivado para os animais, quando o agricultor estiver no campo e em meio a uma tempestade, o melhor é abaixar com os pés juntos e as mãos sobre a cabeça. Nunca se abrigue embaixo de árvore isolada. Uma árvore pode receber uma descarga e provocar descargas laterais, podendo causar a morte ou danos irreparáveis a saúde. Muitos animais de criação, também morrem por ano, vítimas destas descargas. Não se aproxime de cercas ou redes elétricas, porque estas recebem influência das descargas atmosféricas e ficam carregadas durante algum tempo.

O problema também existe no campo. Se um trabalhador estiver arando a terra ou dirigindo um trator sem capota, ele corre riscos. Em uma cabine sem proteção, a cabeça é o ponto mais alto. Se tiver um automóvel ou outro veículo com capota por perto, esta pode ser uma boa proteção, pois normalmente os carros são blindados contra raios.
Existem alguns sinais orgânicos sentidos pelo nosso corpo, que prevêem uma tempestade, na praia ou no campo. De acordo com especialistas, se você estiver ao ar livre, durante uma tempestade e sentir seus pelos arrepiarem ou sua pele coçar, este é um sinal de que um raio está para cair na região. Uma recomendação parece básica: Nunca deite no chão, pois é nele que caem as descargas elétricas.



Marco Medronha     mmedronha@hotmail.com

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