sábado, 20 de dezembro de 2014

Queimadas: perigo eminente no campo


A prática das queimadas está longe de ser uma forma rápida e barata de limpar o solo. Pelo contrário, os resultados são negativos para a agricultura e acarretam danos muito grandes a terra e seus sistemas ecológicos. No período de verão, principalmente em meses de estiagens, a vegetação seca representa um perigo eminente e um produtor desinformado, que pode causar um incêndio ao tentar limpar uma área com fogo. 

As queimadas raramente acontecem por acidentes, na intenção de obter uma boa produção com as sementes plantadas nas cinzas, o agricultor ao atear fogo numa pequena área pode estar começando um incêndio de proporções incontroláveis. Infelizmente esta é uma prática utilizada na agricultura, especialmente pelos pequenos agricultores ao preparar uma nova área para plantio. É importante ressaltar que existe diferença entre queimada e incêndio. Incêndio é uma queimada sem controle. 

Entre os principais objetivos do agricultor ao queimar uma área agrícola estão o controle de pragas, a limpeza do terreno, renovar pastagens e facilitar a colheita facilitando a mão-de-obra familiar. Mas os benefícios são a curto prazo, porque as queimadas prejudicam a biodiversidade, a dinâmica dos ecossistemas, aumentam a erosão do solo, afeta a qualidade do ar e pode trazer danos ao patrimônio público e privado, quando ocorre o fogo descontrolado próximo a rodovias, redes elétricas e entre as divisas das propriedades rurais. 

O lucro rápido obtido após o plantio em uma queimada resulta na degradação do solo, alterando as características físicas, químicas e biológicas do terreno queimado. O resultado é o empobrecimento da terra causado pela eliminação dos microrganismos fundamentais para a fertilização, tecnicamente altera os nutrientes, como o cálcio, enxofre e potássio. Além, de deixar o solo desprotegido com a queima de árvores, arbustos e outros tipos de vegetação.

A natureza responde aos incêndios e as queimadas, porque as práticas com fogo ao solo desestabilizam o ciclo do carbono e o ciclo hidrológico. Quando não existe vegetação, a consequência é a falta de chuva, pois a evapotranspiração das águas do oceano fica prejudicada. Parte dessa água é captada pela vegetação e a outra é absorvida pelo solo, onde tem destino ao lençol freático, mas a queimada deixa o solo ressecado impedindo este processo de infiltração.

Ao evitar as queimadas, o agricultor vai colaborar também com a saúde do planeta, porque uma queimada prejudica todo o conjunto, o ecossistema tão importante para a manutenção da atividade agrícola. Imaginem... se os incêndios continuarem, em pouco tempo, não haverá mais água para apagar tanto fogo e nem mesmo solo fértil para plantar. 

Marco Medronha    mmedronha@hotmail.com

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