segunda-feira, 23 de abril de 2012

Você conhece um chupim?


Entender o comportamento das pessoas é um desafio constante para os estudiosos da área das ciências humanas. Profissionais da sociologia, psicologia, filosofia e outros educadores, se surpreendem com o aparecimento, cada vez maior, de indivíduos oportunistas, que vivem para levar vantagem em tudo e procuram sempre tirar proveito da situação, doa a quem doer.
Quem vive no meio rural, possivelmente já viu um pássaro  com o apelido de chupim, pois esse bichano aproveitador põe seus ovos no ninho de outros pássaros, principalmente no ninho do tico-tico, para que seus filhotes sejam ali criados, alimentados, aquecidos e educados.  
É na sabedoria da natureza que podemos buscar alguns exemplos, muitos, ou talvez todos os questionamentos que necessitamos para entender questões sociais da humanidade. Quem vive no meio rural, possivelmente já viu um pássaro  com o apelido de chupim, pois esse bichano aproveitador põe seus ovos no ninho de outros pássaros, principalmente no ninho do tico-tico, para que seus filhotes sejam ali criados, alimentados, aquecidos e educados.

Como acontece nas leis da natureza, o tico-tico, muito gente boa, aceita pacificamente a intromissão.  O chupim intrometido, de tanto enganar o tico-tico desenvolveu uma outra habilidade, ao longo das gerações adaptou-se à situação e passou a colocar ovos muito semelhantes aos da fêmea do tico-tico. A fêmea, no instinto maternal, choca os ovos do chupim como se dela fossem. Tem mais... os filhotes do chupim nascem primeiro e geralmente expulsam os irmãos de criação do ninho.
Sei que você conhece um chupim, ele pode ser alguém próximo da família, um colega de trabalho, um político, uma sigla, uma entidade, enfim... alguém ou alguns que adoram uma acomodação ou simplesmente vivem para ocupar um lugar que não é seu de direito.
Você provavelmente conhece um chupim, indivíduo  que vive aplicando a Lei de Gerson, sempre se dando bem a custas de outros. Aquele camarada que não carrega seu próprio fardo, ao contrário, coloca nas costas dos outros sempre. Se você não ficar esperto vai dar carona para o chupim e sustentá-lo pelo resto da vida. Sei que você conhece um chupim, ele pode ser alguém próximo da família, um colega de trabalho, um político, uma sigla, uma entidade, enfim... alguém ou alguns que adoram uma acomodação ou simplesmente vivem para ocupar um lugar que não é seu de direito.

Por isso, compartilhe sua vida com pessoas do bem e pelo menos tente transformar um chupim num outro pássaro. Sugiro que conheçam o pássaro preto, de aparência muito semelhante a do chupim, mas que ao contrário, é um pássaro parceiro, muito sociável e que costuma retribuir o carinho recebido, além de ter um belo canto. Fique atento aos exemplos da natureza, ela apresenta alternativas para os bons observadores.


Marco Medronha
mmedronha@hotmail.com

sexta-feira, 13 de abril de 2012

O poder das palavras


Descobri a algum tempo, assistindo uma palestra, um texto atribuído a Olavo Bilac, no qual mostra um exemplo do poder das palavras ou de alguém que teve o dom de escrever para nos fazer entender coisas que temos dificuldade de compreender. É uma dessas histórias ou fábulas, que ajudam a refletir sobre algumas dificuldades que teimamos em não enxergar. Talvez, porque nunca alguém utilizou corretamente as palavras certas.

O texto dizia assim: "Um comerciante pediu ao amigo Olavo Bilac, poeta e jornalista, que escrevesse um texto para o jornal, anunciando a venda de um sítio de sua propriedade. Dias depois, o poeta Olavo Bilac enviou ao jornal: Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo, cortada por cristalinas e marejantes águas de um ribeirão. A casa, banhada pelo sol nascente, oferece a sombra tranquila das tardes na varanda. Tempos depois, aquele comerciante, proprietário do sítio, encontrou Olavo Bilac e disse-lhe que havia desistido da venda, porque pelo texto do poeta, viu que ali não havia uma casa abandonada, que só lhe dava prejuízos e incomodações; mas sim, um lugar de paz, como Olavo Bilac o fez enxergar”.

Muitos são os motivos que levam as pessoas a se desfazerem de seus bens imóveis, principalmente as que vivem no campo. O êxodo rural é uma realidade e uma preocupação dos governos, pois alguns fatores como a falta de condições para produzir alimentos, o isolamento, a dificuldade de acesso à informação ou ainda, a falta geral de perspectivas expulsam especialmente o jovem, que sai em busca melhores oportunidades e, não raramente, a família vai junto, ocasionando a venda propriedade rural.

Sei que somente palavras, por melhores que sejam, são insuficientes para resolver a problemática do êxodo rural, mas que um bom texto pode mudar realidades. Sei também, que palavras ao vento viram conversa fiada; falar demais nem sempre é o melhor, pois corremos o risco do discurso enfadonho e cansativo. Em certos momentos, é preferível o uso de poucas palavras, quem sabe apenas uma palavra: obrigado! Ou duas: muito obrigado! Três palavras: obrigado Olavo Bilac.

Marco Medronha
mmedronha@hotmail.com

domingo, 8 de abril de 2012

Oportunidade a vista


Pessoas que visitam o extremo sul do Brasil se encantam com a paisagem e o modo de vida dos gaúchos dessa região. Os olhos avistam longe, o horizonte de terras planas ou levemente onduladas, onde os arrozais se alternam com as pastagens povoadas pelo gado, símbolo da carne de qualidade, que vira alimento e sustenta a tradição do suculento churrasco.  A lavoura orizícola e a pecuária de corte representam o suporte econômico desta região, as duas culturas são a própria etimologia da palavra agropecuária; o arroz e a carne também simbolizam nosso prato mais tradicional: o carreteiro.

Algumas cheias de histórias, marcadas por batalhas sangrentas dos revolucionários farroupilhas ou por cercas de pedras brotadas do trabalho escravo, que embora belas e rústicas escondem a vergonha pelos maus tratos do passado.

As propriedades rurais que aportam estas economias praticam atividades extensivas e são caracterizadas por exuberantes fazendas. Algumas cheias de histórias, marcadas por batalhas sangrentas dos revolucionários farroupilhas ou por cercas de pedras brotadas do trabalho escravo, que embora belas e rústicas escondem a vergonha pelos maus tratos do passado.

Esta é apenas uma contextualização generalista que caracteriza a agropecuária predominante nas áreas planas,  mas também temos aqui economias de áreas onduladas ou de serra onde os imigrantes diversificaram plantando frutas e hortaliças. Sem esquecer as regiões litorâneas do mar e das lagoas que encantam os olhos e proporcionam o sustento de milhares de famílias.

No entanto, a sensação que temos ao falar em turismo rural é que  necessitamos evoluir muito neste terreno, principalmente no preparo das pessoas que recebem os turistas.

São aspectos estruturais e econômicos de uma região rica em oportunidades no turismo rural, por sua condição geográfica, histórica, cultural, diversa e ao mesmo tempo única. No entanto, a sensação que temos ao falar em turismo rural é que  necessitamos evoluir muito neste terreno, principalmente no preparo das pessoas que recebem os turistas. Nosso potencial turístico é concreto, este se apresenta como uma importante alternativa de desenvolvimento rural sustentável para as propriedades e comunidades gaúchas.

Além de gerar renda valoriza a nossa cultura, preserva nossas tradições e até mesmo o meio ambiente, mas ainda é necessário qualificar os produtos, serviços e quem sabe profissionalizar as pessoas para atuar neste mercado que não aceita amadores. Acreditamos que nas dificuldades estão também as oportunidades e o turismo esta bem a vista.

Marco Medronha
repórter-rural.blogspot.com
mmedronha@hotmail.com