Rios e lagoas que correm para o mar estão proporcionando uma ótima safra para o pescado. A água salgou e como diz o ditado popular “o mar está pra peixe”. O pescador, uma das profissões mais antigas desde a criação do mundo, voltou a sorrir, porque quando as redes estão cheias os corações das famílias, se enchem de alegria e dignidade.
Acompanho há muitas safras a vida dura daqueles que dependem da pesca para sobreviver, uma atividade cíclica em que a alternância é constante. A persistência parece ser a qualidade mais necessária ao verdadeiro pescador, aquele que carrega a esperança por uma vida melhor, que coopera, que vive em comunidade, que conserta as redes, recupera embarcações e restaura as relações com os bens materiais e espirituais.
Ao olhar para um passado recente lembro das enchentes que assolaram a nossa região. Cada município com seu próprio drama, mas São Lourenço do Sul teve susto, perplexidade e prejuízos no campo, cidade e litoral. Naquela inundação, nunca vista antes pela população, os pescadores perderam redes e embarcações e só comemoraram o fato de terem sobrevivido para continuar pescando.
Vejo com alegria São Lourenço do Sul, se reerguer com o trabalho de sua gente e com a generosa contribuição divina.
A própria história mostra que nosso mundo é feito de tempestades e calmarias, que não existe governo dos homens ou tecnologia capaz de segurar os desígnios da natureza. Vejo com alegria São Lourenço do Sul, se reerguer com o trabalho de sua gente e com a generosa contribuição divina. Neste ano, durante a realização da Festa do Peixe, vi pescadores felizes em confraternização com a comunidade.
Otimismo também entre os pescadores de Pelotas, Rio Grande, Arroio Grande, Jaguarão e São José do Norte. Neste final de semana, ao escutar uma emissora de rádio uma manchete me chamou a atenção: “Quatro pescadores de São José do Norte pescaram em uma noite 850 quilos de camarão”. Na mesma hora lembrei da parábola do pescador.Quatro pescadores de São José do Norte pescaram em uma noite 850 quilos de camarão.
Os pescadores foram discípulos de Jesus e por certo o Mestre sabe e deseja que Pedro, André, Tiago, João e outros tantos de nomes diferentes, que estão nas nossas Colônias de Pescadores, continuem persistindo com fé e jogando suas redes, não só para capturar o pescado. O mar está pra peixe.
Marco Medronha
mmedronha@hotmail.com
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