A economia rural da Região Sul é baseada na agricultura familiar, com forte apelo à produção de alimentos tão necessários para a sobrevivência das pessoas moram aqui ou em qualquer parte do mundo, dados da Organização das Nações Unidas (ONU) apontam que no ano de 2050, não haverá comida suficiente para a humanidade, para suprir a demanda deverá ocorrer um aumento significativo na produção.
É das pequenas propriedades rurais que vem os alimentos que trazem fartura a nossa mesa, uma produção que, sem exagero, pode salvar a lavoura mundial e livrar muita gente da fome. Nosso Estado ainda continua sendo um grande celeiro na produção de todo tipo de alimento, no entanto os agricultores familiares encontram dificuldades para disponibilizar os produtos. A venda é realizada de maneira informal ou pelas vias de comercialização dos municípios, estados e união.
As famílias, na maioria da vezes, se esmeram em todas as fases do processo de produção, capricham no preparo do solo, no plantio ou semeadura, fazem os tratos culturais, a colheita, armazenamento e comercialização. A cooperação dos membros da base familiar, nem sempre é suficiente para tornar sustentável uma produção. É preciso cooperar.
Desde os povos primitivos a cooperação é fundamental, os seres humanos necessitam dos grupos organizados para vencer as adversidades, para resolver não só as dificuldades da cadeia produtiva, mas todo tipo de barreiras: clima, fome, doenças e tantas outras, que deixam de ser problemas quando se busca apoio no cooperativismo.
Vejo com muito o otimismo o incentivo dos governos em criar programas de cooperativismo, principalmente aqueles que vem ao encontro das necessidades das economias de base familiar. A própria extensão rural, com o apoio da pesquisa vem atuando no sentido de qualificar as produções, especialmente na agroindústria. O aproveitamento dos alimentos na sua integralidade e nas épocas de entressafra vem se sustentando e mantendo a cultura de nossos imigrantes, graças ao trabalho de profissionais competentes que atuam na organização das famílias e na manutenção de suas raízes culturais.
Na nossa região temos belos exemplos de cooperativas bem sucedidas, a começar pelos setor de “Laticínios” até os tradicionais “Doces de Pelotas”, mas existem muitos produtores que necessitam de orientação. Na região, já existe um grupo de profissionais trabalhando no sentido de identificar problemas e demandas no setor e atuando no processo de qualificação e gestão de cooperativas, me refiro especialmente ao Programa Extensão Cooperativa da Emater/RS-Ascar, o qual começa um trabalho de introduzir melhorias técnico-gerenciais, produtivas e educacionais nas cooperativas, incentivar a criação de novas formas cooperação, com a finalidade de melhorar a competitividade no mercado.
Em minhas reportagens pelo meio rural, venho observando o desejo das famílias em dar visibilidade a sua produção, em vender seus produtos a um preço justo, sem precisar entregar a intermediários. Aí está um problema antigo que traz desestímulo a quem trabalha duro o ano todo e no final do processo fica na mão de oportunistas. Iniciativas individuais são válidas, mas são quase atos de heroísmo, assim vale a máxima da união para vencer as dificuldades e continuar dono do próprio negócio. Cooperar é preciso.
Marco Medronha
Marco Medronha
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