quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Espaço de convivência

Foto: Marco Antônio/Secom
 
Para quem vive na cidade, os conceitos de espaço de convivência são fundamentais para uma relação harmoniosa entre as pessoas. As regras de respeito mútuo e do com viver podem começar no local de trabalho e estender-se aos ambientes de lazer. As praças arborizadas com bancos, tabuleiros de xadrez, equipamentos de ginástica, pista de skate, de ciclismo e esportes da moda reúnem grupos ou tribos de várias idades, credos e ideologias. São espaços para o trabalho e lazer que se complementam e agradam quem vive nos centros urbanos.
Estariam faltando espaços de convivência no meio rural? Recentemente em um dia de campo realizado no interior de São Lourenço do Sul, um conceito ficou claro:  O meio rural deve ser entendido como um modo de vida e não apenas como um espaço de produção, nesta ideia é no rural que o agricultor constrói sua relação com o trabalho, constitui família, faz amigos, participa dos grupos, associações, cooperativas e vive em comunidade.
A outra percepção diz respeito a preservação ambiental, o bom manejo dos recursos naturais torna o espaço de convivência das famílias mais aprazível e até mesmo lucrativo no sentido financeiro e da saúde das pessoas. Lugares com a natureza em harmonia, dificilmente são deixados para traz, comumente o campo é abandonado quando o próprio homem destrói os recursos naturais ao fazer o desmatamento e ao realizar práticas inadequadas de conservação do solo.
Embora não seja uma regra, isso está longe de ser uma utopia. Encontramos numa colônia de imigrantes alemães, localidade chamada Passo do Pinto, em São Lourenço do Sul, a família Radke e neles quero referendar como um exemplo, entre tantos outros da região sul. Na propriedade de economia familiar do casal Edwino e Ivone possui a principal atividade na bovinocultura de leite, as práticas de pastoreio rotativo em piquetes, a alimentação complementada com silagem e o tratamento homeopático dos animais mostram os sinais de avanços dos agricultores familiares na adoção de sistemas agroecológicos de produção. 
O agricultor Edwino Radke falou a um grupo de visitantes em sua propriedade que ele e a esposa Ivone dão contado recado, porque a propriedade está organizada de acordo com suas necessidades. A agricultora Ivone comemora os resultados e as melhorias nas condições de vida do casal. Ela conta que com a renda do leite e dos hortigranjeiros compraram um resfriador de leite, um trator novo e um automóvel zero quilometro. Os filhos saíram, mas não para a cidade, eles também são agricultores e moram por perto, disse a mãe agricultora entusiasmada.
Assim entendo que respondi a pergunta, pois não faltam espaços de convivência no meio rural, mas sim um modo ou filosofia de vida.
 
Marco Medronha    mmedronha@hotmail.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário