Foto: Letícia Shinestsck
O
tempo foi passando e a ordem dos fatores não mudou. Primeiro os estudos e muita
dedicação, depois o final de semana o passeio, o namoro e o jogo de bola.
Aliás, nada diferente da maioria dos jovens da minha geração. Quando invertíamos
a ordem natural daquilo que aprendemos, o resultado não era favorável para nós
e nada satisfatório para nossos pais e professores. Devo admitir que alguns
poucos, dotados de inteligência acima da média, brincavam o tempo todo e depois
mandavam muito bem nas provas.
Quando
vejo na mídia tempos de legítimas manifestações que estamos experimentando, em
todo o Brasil, lembro de cara daquilo que aprendi no passado com meus avós,
pais, parentes, amigos, professores da escola e na vida: Primeiro a obrigação.
É impossível não fazer ligação com as prioridades de nosso País, na véspera da
Copa do Mundo. Poderíamos sim sediar um grande evento esportivo com mobilidade
urbana e belos estádios se os investimentos em saúde e educação estivessem no
nível desejado pela população.
Os
tempos mudaram e o gosto pelo futebol do brasileiro também, nossos jovens não
mais os mesmos. Os jogadores não jogam mais por paixão ou amor ao esporte, eles
são mercadorias e moeda corrente na mão de empresários ou mercenários. A grande
mídia que tanto alienou as pessoas, e ainda continua tentando, está perdendo
espaço para os meios sociais, movimentos na internet até pouco tempo
menosprezado pelos poderosos. Neste contexto, uma grande oportunidade de
mudança para imprensa tradicional, que privilegia muito mais os anunciantes do
que as manifestações populares em seus nobres espaços.
Não
desejo apenas reproduzir as razões que as rádios, jornais e televisões vêm
abordando, ou seja, aquilo que você leitor já sabe: O povo está descontente com
investimentos vultosos nos estádios, com a precariedade da saúde, com a falta
de dinheiro para a educação, com a corrupção, com altos impostos pagos ao
governo, com a impunidade, com a falta de segurança, etc. e etc...
Agora
na Copa das Confederações, uma prévia para a verdadeira Copa, onde o Brasil se
mostra para o mundo e os turistas nos visitam para conhecer aquilo que
propagandeamos como país maravilhoso, a população através das redes sociais
encontrou o tempo certo de mostrar que a nossa política está ultrapassada e que
os atuais partidos não nos representam. Um movimento jovem que ganhou a
simpatia de todos, são famílias inteiras mandando o recado, principalmente aos
governantes e a classe política: Primeiro a obrigação.
Marco
Medronha mmedronha@hotmail.com