quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O porco que encontrou água











Ilustração:
Wilmar Marques






Em tempos difíceis de estiagens, as pessoas se dão conta que é preciso reservar, economizar, fazer uso racional dos recursos hídricos. Nós conhecemos a velha máxima e, por vezes sempre atual: “Se dá valor a um bem quando não se tem”. Isto acontece com muitas coisas, mas com frequência quando o assunto é o bem mais precioso da natureza, a água.

Contei recentemente a história real do mago da forquilha, personagem conhecido no interior dos municípios, que com uma varinha, quase mágica, encontra água subterrânea para cavar poços. Dia desses conheci o relato de um agricultor de Pedro Osório, ele falou sobre a falta de chuva e as dificuldades que encontrava para irrigar as plantas desidratadas, água boa principalmente para o consumo humano e para os animais de criação.

Quando a situação estava muito ruim, quase insustentável, um dos porcos fugiu do chiqueiro e começou a fuçar a terra desesperadamente. A surpresa do agricultor foi grande quando encontrou o porco fujão banhando-se em uma poça d’água, lameado de barro. Ao contrário que muita gente pensa, o porco não é burro, seu intelecto é comparável ao dos golfinhos, elefantes e primatas superiores, um degrau acima do cachorro.

Pois bem, o porco utiliza sua inteligência natural não só para encontrar água, também na sociabilidade. Na natureza, por exemplo, eles se dividem em pequenos grupos liderados pela fêmea, em que a hierarquia da líder é exercida de forma linear, sem sobreposições de papéis, onde cada indivíduo ocupa um determinado espaço. Muito provavelmente, o porco encontrou água pelo desempenho extraordinário do seu olfato, capaz de farejar predadores cerca de um quilometro de distância e objetos a trinta centímetros de profundidade.

O focinho tipo tomada, que todo mundo acha engraçado, quando toca alguém com o nariz é para manifestar afeto, reconhecer um amigo ou manipular objetos, os porcos adoram brincar. Além do mais, o porco não é porco, ele não gosta de sujeira e, por natureza é muito asseado. Os porcos para aliviar o calor recorrem aos banhos de lama quando não há disponibilidade de água limpa e fresca. A lama também serve para livrá-los de alguns parasitas causadores de doenças.

Então amigos e amigas, o fato do porco encontrar água não é nenhuma surpresa. Afinal, com tantas qualidades do bichano é sensato a gente repensar nossos conceitos sobre os porcos e tudo que falam deles. Talvez, quando alguém falar em “espírito de porco”, teremos que avaliar melhor o sentido.

Marco Medronha   mmedronha@hotmail.com

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