Ilustração: Wilmar Marques
Quem tem um pé na roça por certo já ouviu histórias ou acompanhou a batalha das famílias rurais para encontrar água subterrânea. Mesmo os que possuem recursos para investir na construção de um poço artesiano (aquífero profundo), precisam saber qual o melhor local para cavar. Lembro claramente de um homem franzino que morava no município de Cristal, seu Alcidinho, era um craque para encontrar água e ordenar a abertura de poços.
Ele usava apenas uma vara em forma de forquilha, com a ponta para cima, enquanto as duas mãos fechadas e invertidas (palmas para fora) seguravam o instrumento como se fosse um “V” invertido. Na medida em que se aproximava do “veio d’água”, a forquilha inclinava-se para baixo, envergando-se e mostrando o lugar certo para cavar. Seu Alcidinho, convicto dizia: - É aqui... Pode cavar o poço.
A água lá de casa foi encontrada por ele, assim como os poços da maioria dos primeiros habitantes (cerca de 300) da Vila Cristal, antes da água encanada. O mago da varinha d’água, por certo é uma dessas personagens rurais dotadas de sensibilidade, do pequeno grupo da radiestesia, termo de origem grega significa “sensibilidade às radiações”. São pessoas têm a capacidade de perceber, inconscientemente, as radiações do ambiente, como as que são produzidas pela água em movimento. “Elas geram impulsos musculares que acabam se refletindo na forquilha", afirma Sérgio Areia, presidente da Associação Brasileira de Radiestesia (Abrad).
Cada tecnologia tem seu tempo e lugar, o talento do seu Alcidinho para encontrar água hoje, certamente não teria muita serventia nos lugares em que existe água potável, encanada e que não é necessário cavar, apenas abrir a torneira. Talvez no interior dos municípios, onde os poços ainda são preciosas fontes de abastecimento de água para beber. Basta saber se o “mago da forquilha” deixou seus discípulos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário