sábado, 20 de outubro de 2012

Meio verde meio cor de rosa


Ilustração: Wilmar Marques

No meio rural é comum encontrar imigrantes, principalmente na colônia, com dificuldades na fala do idioma português. Fato perfeitamente compreensível, pois a aquisição da linguagem teria como referência a pátria mãe (alemães, poloneses, italianos...). O alfabeto estrangeiro da maioria dos colonos possui entre 21 a 32 letras, o que talvez justifique o aprendizado mais facilitado da língua, embora os tropeços sejam inevitáveis.
Quando trabalhei como extensionista rural, acompanhei um diálogo no mínimo engraçado, um colono alemão tentava vender uma vaca para um “brasileiro”. No meio da negociação o “brasileiro” perguntou: - Qual a cor do pelo da vaca? O alemão sem pensar muito disse: - Meio verde meio cor de rosa. Logo percebi que ali poderia ter alguém sem domínio do idioma português ou quem sabe, com pouco conhecimento das cores e até mesmo sofresse de perturbação da percepção visual, o daltonismo.
Segundo alguns artigos especializados existem diferentes tipos de daltônicos, pessoas que possuem alguma deficiência para enxergar as cores: Deuteranopia: Ausência de vermelhos. O vermelho parece cinza-esverdeado e o roxo não aparece. O verde parece meio acinzentado e o tom da pele perde o rosa.
Protanopia: Parece muito com a uma deuteranopia, mas não é mesmo. Exceto que o vermelho parece ser cinza escuro.
Tritanopia: O amarelo vira um rosa claro. Não há laranja. O azul do céu muda, assim como todos os vermelhos. O que você mais enxerga se parece com tonalidades de rosa e azul. A imagem fica mais embaçada.
Imagino que a pelagem da vaca do nosso querido colono poderia ser uma Jersey malhada (amarelo e branco) ou até mesmo uma vaca Holandesa européia (vermelho e branco). O certo é que estou fazendo uma simples dedução, pois é muito difícil imaginar o que o outro vê.
Segundo estudos, a vantagem para aqueles que possuem problemas para enxergar cores como o vermelho e o verde é que elas são melhores em detectar camuflagens. O mesmo ocorre com os portadores de dicromacia. Eles são mais apurados para avaliar texturas e dificilmente são enganados pelos padrões de cor. [fonte: Gene Reviews].

Marco Medronha

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