A mulher ocupando espaços na sociedade contemporânea não causa mais estranheza, com o passar do tempo a linha imaginária que separava funções para o masculino e feminino está aos poucos se apagando. No mercado de trabalho, por exemplo, a participação da mulher teve impulso a partir da década de 70, com a expansão da economia e dos processos de urbanização. Neste começo difícil, as mulheres eram na maioria jovens e com baixo grau de instrução.
Mais recentemente tivemos quebras de paradigmas: a primeira mulher governadora no Rio Grande do Sul e a primeira mulher presidente do Brasil.
Atualmente o panorama é outro, as mulheres avançaram na área educacional, concluem cursos médios e superiores, disputam cargos de chefia e chegaram, com muita competência também na política. É comum ver mulheres atuantes nas câmaras municipais, nas prefeituras, no legislativo estadual, federal, no senado. Elas estão nos mais altos cargos do judiciário e de grandes empresas nacionais. Mais recentemente tivemos quebras de paradigmas: a primeira mulher governadora no Rio Grande do Sul e a primeira mulher presidente do Brasil.
Neste contexto de conquistas estão também as trabalhadoras rurais e seus movimentos.
Não é possível falar de todas as conquistas das mulheres em alguns parágrafos, para isso existem inúmeros trabalhos acadêmicos sobre o assunto. Neste contexto de conquistas estão também as trabalhadoras rurais e seus movimentos. Os avanços, ainda tímidos, são relevantes. O trabalho dos antigos Clubes 4S, iniciados pela extensão rural e que persistem até hoje foi o principal responsável pela descoberta de lideranças femininas no meio rural.
Seria também injusto com as mulheres falar apenas daquelas que tiveram destaque em suas áreas. Pessoalmente conheço mulheres guerreiras que são vencedoras e travam diariamente várias batalhas, jornadas de trabalho para produzir e sustentar suas propriedades rurais. Muitas vezes são anônimas, mas fundamentais na manutenção do equilíbrio e da harmonia familiar.
Assim como o rei, nossa campeã é miúda e vem de uma família de camponeses.
Para representá-las quero falar de uma que conheci em Pinheiro Machado , uma verdadeira campeã. Ela não é simplesmente uma mulher do campo, mas uma campeira e mestre na arte de lidar com as ovelhas, alguém com desígnio e propósito semelhantes aos do rei Davi. Assim como o rei, nossa campeã é miúda e vem de uma família de camponeses. A diferença é que ela não teve irmãos e realizou ao natural, todas as lidas possíveis com o rebanho, algumas inclusive entendidas como tarefa de homem.
Ela, uma mulher do campo, poderia ser personagem da ficção, ser protagonista de algum seriado para televisão ou figura central na tela do cinema. Mas é real e muitas pessoas conhecem suas façanhas, pois em torneios recentes foi campeã na arte de tosquiar ovelhas; em concurso internacional realizado em Bagé, concorreu com nove homens e para não humilhar foi vice-campeã. Ela tem nome, sobrenome, endereço e entendo que devo proteger, por enquanto, sua identidade. Embora seja impossível esconder seus feitos de campeã.
Marco Medronha
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