As informações
sobre desperdícios em áreas fundamentais como saúde e educação povoam os
noticiários das mídias brasileiras e, infelizmente são maioria sobre as poucas
boas novas que gostaríamos de ler, ver e ouvir. Independentemente de governos,
seguidamente ficamos sabendo que algum hospital está pronto para funcionar e
faltou a pintura, que o estoque de medicamentos passou da validade por falta de
algum tipo de liberação ou que a merenda escolar estragou em algum depósito e
muitas crianças ficaram sem comer. Isso sem falar nas adulterações e falsificações
de produtos consumidos diariamente pela população.
Vivemos
realmente num mundo animal, onde o comportamento dos seres humanos parece ser a
criação do imaginário, uma farra na floresta onde cada um quer defender seu
espaço, com unhas e dentes e, ninguém quer deixar sua área de conforto. Mesmo
que isto represente prejuízos a centenas, milhares e milhões de pessoas.
Encontrei esta fábula, que provavelmente combina com esta “festa animal”.
“Os
animais se reuniram na floresta para fazer uma festa. Trouxeram bolos,
refrigerantes, salgados, etc. Quando eles foram comer, viram que tinham se
esquecido de trazer o abridor de garrafas. Aí falou o Leão: vai Arara
buscar o abridor lá na cidade!
Não, é muito longe, vá você Onça ― falou a Arara.
Não, é
muito longe, vou cansar minhas patas. Vá você, bicho Preguiça! ― replicou
a Onça.
- Tá bom, só vou com uma condição, que é a de vocês
não comerem nada até eu voltar ― disse a Preguiça
Os
animais responderam em uníssono: - Tá bom, nós prometemos.
Passou um dia, uma semana, um mês, um ano, e os
animais tudo magrinho, a comida já estragada, aí o Leão falou:
Ah! Vamos comer. O bicho Preguiça não vai mais voltar.
Foi quando o bicho Preguiça saiu de traz de uma árvore, e falou:
- Tá vendo se eu fosse...”.
Na
fábula, como podemos perceber, a festa na floresta ocorre com animais de
diferentes espécies e todo o alimento se perdeu pela desconfiança e por não
acreditar no outro. Entre os animais da outra festa e da mesma espécie
encontramos muitas coincidências e por incrível que pareça, mesmo sendo considerado
uma espécie animal superior, ainda temos um comportamento indigno para com
nossos semelhantes.
Marco Medronha mmedronha@hotmail.com
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