Nesta
semana, o mundo presenciou momentos de fraternidade entre as nações. Após a
morte do líder sul africano, Nelson Mandela, as diferenças entre as pessoas e
as ideologias impregnadas dos povos e de líderes mundiais, se renderam ao
silêncio, agora eterno de “Madiba”, símbolo da luta contra o preconceito, a
discriminação racial. A maior personalidade do século XX, mesmo no momento de
sua partida foi capaz de proporcionar a humanidade imagens jamais vistas.
O
Estado brasileiro foi protagonista de uma cena rara, a presidente Dilma
Rousseff e mais quatro ex-presidentes, José Sarney, Fernando Collor, Luis
Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso posaram para a fotografia,
lado à lado, na formação da comitiva do Brasil que viajou a Joanesburgo, para o
último adeus a Nelson Mandela, ex-presidente da África do Sul e ganhador do
Prêmio Nobel da Paz, em 1993. Mandela morreu em 05 de dezembro e foi sepultado
em Soweto, cidade símbolo do foco de resistência anti-racista e de protestos dos
negros contra a política oficial de discriminação racial.
O
exemplo de Mandela foi sempre baseado no diálogo e na exposição clara das
ideias, sem jogo político de ataque aos adversários, sem estratégias de
conchavos políticos para vencer, com muito respeito as pessoas e a igualdade
entre todos os seres humanos. As mensagens de reconciliação entre as
comunidades e o reconhecimento do outro como gente capaz de agregar para vencer
as dificuldades, resgatam valores difíceis de serem comprovados na prática de
governos brasileiros. No discurso e na teoria todos são democráticos. O caso da
imagem da comitiva brasileira gera dúvidas sobre o que ela realmente que dizer.
Será o efeito Mandela inspirando procedimentos?
Ou
quem sabe o espírito natalino? Ou...
Outra
cena histórica presenciada em Soweto, por centenas e milhares de sul africanos,
foi o aperto de mão entre o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama e o
presidente de Cuba, Raul Castro. Há mais de 50 anos os dois países vivem uma
relação muito tensa, mas o legado democrático de Mandela possui o poder
incrível de unir as nações e diminuir as diferenças. No caso considero a imagem
mais relevante que a dos presidentes brasileiros perfilados, a imagem de Obama
e Castro aconteceu um aperto de mão, aparentemente mais representativo.
Pelo
menos, os políticos brasileiros, América do Norte e Central souberam demonstrar
ao mundo imagens de civilidade. Desejamos que os exemplos de comportamento
digno, com ou sem jogo de cena, sirvam de exemplo para a triste realidade das
torcidas organizadas do futebol brasileiro. Deixo como exemplo as recordações
que guardo da última Copa do Mundo, no País de Mandela, na África do Sul. Todos
juntos e misturados torcendo para times diferentes. O jogo precisa ser jogado
com respeito ao ser humano e ao sentimento do próximo. Não precisa ser encenado
quando este estiver próximo.
Marco
Medronha mmedronha@hotmail.com
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