sábado, 25 de maio de 2013

O trigo e o joio

Em todas as classes sociais, segmentos ou outras tipificações que o homem atribuiu para separar as pessoas existem gente do bem e outras que não tiveram oportunidade de tornar-se, ou nasceram em ambientes desfavoráveis para tal. Na história da humanidade muitos foram as personagens que ficaram marcados por maldades e atrocidades que cometeram contra seus semelhantes. Assim, desde que o mundo é mundo existem pessoas misturadas, praticando o bem ou fazendo maldades, algumas fazendo muito e outras nada.

No meio rural também isto é perfeitamente identificável, enquanto alguns fazem de tudo para manter a dignidade e cumprir sua missão no mundo de sobreviver no campo produzindo alimentos, outros vivem na contramão do processo: trabalham pouco ou quase nada, pegam recursos públicos e não aplicam na produção e ainda se dizem perseguidos pelo sistema. Assim como o trigo e o joio, eles estão misturados, o ruim convive com o bom e se aproveita da semelhança para tirar vantagens.

Creio que a maioria entre os leitores conhece a parábola do “Trigo e o Joio”, uma das célebres parábolas de Jesus que aparece num dos evangelhos canônicos do Novo Testamento. De acordo com Mateus 13:24 – 30 durante o Juízo Final, os anjos vão separar os “filhos do maligno” (o joio ou ervas daninhas) dos “filhos do reino” (o trigo). Algumas traduções dão conta de que o “joio” é um tipo de azevém que se parece muito com o “trigo” em seus estágios iniciais de crescimento.

Acredito realmente que somente os anjos possuem o poder para separar o trigo do joio. Nós, entre os homens, na nossa realidade temos como dever continuar trilhando o caminho do bem. Santo Agostinho destacou a distinção invisível e disse “Eu vos contarei uma verdade, meus queridos, mesmo nos mais altos cargos há tanto trigo quanto joio e entre os leigos há trigo e joio. Que o bom tolere o mau; que o mau se transforme e imite o bom”.

Interpretações a parte, entendo que não cabe a nós julgar ou simplesmente retirar os maus do convívio, pois é salutar que continuemos no bom caminho.  Quem sabe, talvez praticando o bem e dando  exemplos, a gente do trigo possa influenciar a turma do joio e todos possam fazer parte de uma grande colheita.



Marco Medronha      mmedronha@hotmail.com 

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