Em todas as classes sociais, segmentos
ou outras tipificações que o homem atribuiu para separar as pessoas existem
gente do bem e outras que não tiveram oportunidade de tornar-se, ou nasceram em
ambientes desfavoráveis para tal. Na história da humanidade muitos foram as
personagens que ficaram marcados por maldades e atrocidades que cometeram
contra seus semelhantes. Assim, desde que o mundo é mundo existem pessoas
misturadas, praticando o bem ou fazendo maldades, algumas fazendo muito e
outras nada.
No meio rural também isto é
perfeitamente identificável, enquanto alguns fazem de tudo para manter a
dignidade e cumprir sua missão no mundo de sobreviver no campo produzindo
alimentos, outros vivem na contramão do processo: trabalham pouco ou quase
nada, pegam recursos públicos e não aplicam na produção e ainda se dizem
perseguidos pelo sistema. Assim como o trigo e o joio, eles estão misturados, o
ruim convive com o bom e se aproveita da semelhança para tirar vantagens.
Creio que a maioria entre os leitores
conhece a parábola do “Trigo e o Joio”, uma das célebres parábolas de Jesus que
aparece num dos evangelhos canônicos do Novo Testamento. De acordo com Mateus
13:24 – 30 durante o Juízo Final, os anjos vão separar os “filhos do maligno”
(o joio ou ervas daninhas) dos “filhos do reino” (o trigo). Algumas traduções
dão conta de que o “joio” é um tipo de azevém que se parece muito com o “trigo”
em seus estágios iniciais de crescimento.
Acredito realmente que somente os
anjos possuem o poder para separar o trigo do joio. Nós, entre os homens, na
nossa realidade temos como dever continuar trilhando o caminho do bem. Santo
Agostinho destacou a distinção invisível e disse “Eu vos contarei uma verdade,
meus queridos, mesmo nos mais altos cargos há tanto trigo quanto joio e entre
os leigos há trigo e joio. Que o bom tolere o mau; que o mau se transforme e
imite o bom”.
Interpretações a parte, entendo que
não cabe a nós julgar ou simplesmente retirar os maus do convívio, pois é
salutar que continuemos no bom caminho.
Quem sabe, talvez praticando o bem e dando exemplos, a gente do
trigo possa influenciar a turma do joio e todos possam fazer parte de uma
grande colheita.
Marco Medronha mmedronha@hotmail.com
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