"Dê a quem você Ama :
- Asas para voar...
- Raízes para voltar...
- Motivos para ficar... " Dalai Lama
- Asas para voar...
- Raízes para voltar...
- Motivos para ficar... " Dalai Lama
Numa tarde de sexta-feira, quase noitinha, cheguei em minha casa e antes de ligar o computador para verificar recados nas redes sociais, coloquei a água para esquentar a fim de tomar um chimarrão daqueles macanudos... Com a água no ponto (16 bolinhas mais ou menos). Quando a tela abriu dei de cara com o texto postado por Dora Paines Gaudioso, minha querida amiga, prima, irmã ou outra relação de identidade muito próxima, que temos com aquelas pessoas especialíssimas. O texto estava escrito assim:
“A boa mãe é aquela que vai se tornando
desnecessária com o passar do tempo. Várias vezes ouvi de um amigo psicanalista
essa frase, e ela sempre me soou estranha. Chegou a hora de reprimir de vez o
impulso natural materno de querer colocar a cria embaixo da asa, protegida de
todos os erros, tristezas e perigos. Uma batalha hercúlea, confesso. Quando
começo a esmorecer na luta para controlar a supermãe que todas temos dentro de
nós, lembro logo da frase, hoje absolutamente clara.
Se eu fiz o meu trabalho direito, tenho que me tornar desnecessária.
Antes que alguma mãe apressada me acuse de desamor, explico o que significa isso.
Ser “desnecessária” é não deixar que o amor incondicional de mãe, que sempre existirá, provoque vício e dependência nos filhos, como uma droga, a ponto de eles não conseguirem ser autônomos, confiantes e independentes. Prontos para traçar seu rumo, fazer suas escolhas, superar suas frustrações e cometer os próprios erros também. A cada fase da vida, vamos cortando e refazendo o cordão umbilical. A cada nova fase, uma nova perda é um novo ganho, para os dois lados, mãe e filho.
Porque o amor é um processo de libertação permanente e esse vínculo não pára de se transformar ao longo da vida. Até o dia em que os filhos se tornam adultos, constituem a própria família e recomeçam o ciclo. O que eles precisam é ter certeza de que estamos lá, firmes, na concordância ou na divergência, no sucesso ou no fracasso, com o peito aberto para o aconchego, o abraço apertado, o conforto nas horas difíceis.
Ao aprendermos a ser “desnecessários”, nos transformamos em porto seguro para quando eles decidirem atracar”. Pai e mãe - solidários - criam filhos para serem livres. Esse é o maior desafio e a principal missão.
Lembram da água que havia colocado para o
chimarrão? Pois é, ferveu. Quando passamos do ponto com os filhos é assim: A
gente fica tomando mate com água quente demais, a erva fica ruim e sem gosto.
Estou contigo Dorinha, não deixe a água ferver,
se esquentar muito, abra a tampa para esfriar e oxigenar... Enquanto isso,
reformulemos conceitos, pensamentos ou coloquemos outra água no fogo para
oferecer o melhor mate quando necessário.
Marco Medronha mmedronha@hotmail.com