sábado, 30 de maio de 2015

60 ANOS CORAÇÃO DOS GAÚCHOS






Desde 1955, a Emater/RS-Ascar é referência de qualidade em Assistência Técnica e Extensão Rural no Rio Grande do Sul. As ações extensionistas transformaram a vida social e econômica da população gaúcha, em especial daqueles que vivem no campo.

Um grupo obstinado de idealizadores concebeu a Extensão Rural no Estado, a missão de concretização da ASCAR coube ao Diretor do Banco Agrícola Mercantil S/A, Kurt Weissheimer, em 2 de junho de 1955, a criação da Associação Sulina de Crédito e Assistência Rural. O objetivo inicial foi o de promover o “desenvolvimento da agricultura e o bem-estar das populações rurais, através do crédito supervisionado ao pequeno agricultor, criador e assistência aos mesmos e sua família”.

Os extensionistas rurais, formados por grupos de pessoal técnico e administrativo, tinham como atribuições prestar a necessária ajuda, com prioridade para os pequenos produtores rurais, no melhoramento da agricultura e da vida rural.

Ao começar a saga extensionista, “moços” e as “moças” da Ascar, contratados e treinados partem para consolidação dos métodos de comunicação com as famílias rurais e a sociedade, os tradicionais dias de campo, demonstrações técnicas, oficinas, unidades demonstrativas, visita às propriedades rurais e vários outros que fazem parte do cotidiano dos técnicos da Emater/RS.

Hoje, a instituição é referência no uso de metodologias de comunicação e a presença nas comunidades rurais faz parte do cenário, está enraizada no campo e tornou-se vital para a população rural e para o desenvolvimento das políticas públicas do Estado. A instituição conquistou definitivamente o Coração dos Gaúchos.

Consolidação de uma Extensão Rural para Todos
As transformações ocorridas na sociedade justificam novos procedimentos institucionais em termos de missão e funções da extensão rural. As entidades prestadoras destes serviços se aproximam mais do interesse e heterogeneidade de seu público, com metodologia e oferta de atividades diferenciadas. Neste contexto, a Emater/RS-Ascar, tem uma necessidade permanente de repensar suas estratégias institucionais, mudando, se necessário, a sua forma de trabalho para acompanhar a dinâmica da sociedade rural-urbana.


domingo, 24 de maio de 2015

Parábola do Velho Lenhador



A parábola pode ser compreendida como uma narração figurativa, na qual por meio de comparação, o texto nos proporciona entendimento de outras realidades, tanto fantásticas quanto reais. A experiência dos mais velhos, por exemplo, é muitas vezes desvalorizada e revestida com a conotação de algo ultrapassado. Assim como as pausas para o descanso podem ser entendidas como sinais de fraqueza ou cansaço, quando na verdade se configuram em excelentes estratégias para melhorar o desempenho.

A parábola do Velho Lenhador ilustra bem o valor do saber experiente sobre a força física e a importância de estarmos sempre afiando nosso “machado” na fé, na vida pessoal e na profissão que exercemos. Diz a parábola: “Certa vez, um velho lenhador, conhecido por sempre vencer os torneios que participava, foi desafiado por outro lenhador jovem e forte para uma disputa. A competição chamou a atenção de todos os moradores da localidade. Muitos acreditavam que finalmente o velho perderia a condição de campeão dos lenhadores, em função da grande vantagem física do jovem desafiante.

No dia marcado, os dois competidores começaram a disputa, na qual o jovem se entregou com grande energia e convicto de que seria o novo campeão. De tempos em tempos olhava para o velho e, às vezes, percebia que ele estava sentado. Pensou que o adversário estava velho demais para a disputa, e continuou cortando lenha com todo vigor.

Ao final do prazo estipulado para a competição, foram medir a produtividade dos dois lenhadores e pasmem! O velho vencera novamente, por larga margem, aquele jovem e forte lenhador.

Intrigado, o moço questionou o velho: Não entendo, muitas das vezes quando eu olhei para o senhor, durante a competição, notei que estava sentando, descansando, e, no entanto, conseguiu cortar muito mais lenha do que eu, como pode!
- “Todas as vezes que você me via sentado, eu não estava simplesmente parado, descansando. Eu estava amolando meu machado…”.

A lição serve para muitas situações que enfrentamos na vida. Às vezes baixamos a cabeça e nos desgastamos fisicamente sem nos darmos conta que para quase tudo existe uma boa estratégia. Ainda para contribuir deixo aqui um antigo Provérbio Chinês: “Se quiser derrubar uma árvore na metade do tempo, passe o dobro do tempo amolando o machado." 


Marco Medronha          mmedronha@hotmail.com 


sábado, 16 de maio de 2015

A imitação da vida



Cada vez fico mais convencido de que as respostas que precisamos para os problemas da vida contemporânea encontram soluções nos milhões de exemplos mostrados pela natureza. E não estou me referindo somente às conseqüências para a saúde, como o consumo inadequado de alimentos, a intoxicação por venenos, o uso de drogas sintéticas, estresse ou outros males da vida moderna. Falo de uma ciência que tem como objetivo estudar as estruturas biológicas e suas funções, a qual procura aprender com a natureza através de observações, estratégias e busca de soluções.

A biomimética é uma recente área do estudo científico que provém da combinação de duas palavras gregas bíos, que significa vida e mímesis que significa imitação. De forma direta podemos dizer que é o domínio do estudo que promove a imitação da vida. Sem mesmo que nos demos conta, a ciência está presente nas tecnologias inovadoras que experimentamos ou vivenciamos. Quando nos deslumbramos com uma obra fantástica da arquitetura em forma de espiral, caracol ou cupim, lá está a ciência que imita a vida. 

As abelhas e suas formas organizativas deram origem às conexões dos computadores, as asas do beija-flor inspiraram as hélices dos helicópteros e por aí se vão inúmeros exemplos. Muitos outros produtos criados a partir das observações da natureza trouxeram avanços inestimáveis à medicina, por exemplo. Um deles é o biofilme, tecido inspirado na pele do tubarão que evita a infecção hospitalar. Outros exemplos, alguns que conhecemos bem estão em destaque:

Velcro - Desenvolvido a partir de 1941, pelo engenheiro George de Mestral a partir da observação de sementes de grama dotadas de espinhos e ganchos que se prendiam nos pelos de seu cão; 

Superfícies de baixo atrito - Inspirada na forma como a pele dos peixes reage ao contato com a água, essa tecnologia, aplicada ao seu traje de natação, ajudou o nadador Michel Phelps, em suas conquistas nas piscinas. A mesma tecnologia tem sido aplicada também em cascos de navios, submarinos e mesmo aviões; 

Telas "asa-de-borboleta" - São superfícies de visualização de baixíssimo consumo de energia, baseadas na forma como as asas de borboletas refletem a luz; 

Efeito lótus - Baseado na forma como as folhas do Lótus repele a água e a sujeira, diversos produtos estão sendo desenvolvidos na indústria para aplicação em tecidos, metais, pára-brisas de aviões e faróis de automóveis. 

Estes, embora valiosos, são pouquíssimos exemplos diante do gigantesco potencial que a biomimética tem para oferecer como resultados. Existe na natureza trilhões de espécies das quais menos de dois milhões foram catalogadas até agora. Então eu pergunto: Se nos sistemas biológicos são encontrados as resoluções de problemas da engenharia, da física, da química, da arquitetura, da informática, porque os avanços da tecnologia na produção de alimentos imitam tão pouco a natureza? 


Marco Medronha   mmedronha@hotmail.com 

sexta-feira, 1 de maio de 2015

A hora da formiga



O pessoal da minha geração (pré-internet), por certo irão recordar da histórinha infantil, em que a cigarra vivia cantarolando com sua guitarra e convidando a formiga, que trabalhava pesado carregando folhas,  para largar tudo e irem em busca de diversão. A hora da formiga trabalhar é sempre a hora do agricultor, pois assim que termina a colheita começa uma nova safra.

Na época de preparo do solo para o plantio das culturas de verão é só o início do trabalho que envolve a maioria dos agricultores. Agora é a hora do produtor, assim como a formiga faz, garantir-se para um inverno mais tranquilo. Um clássico exemplo entre as práticas agrícolas é a silagem, na qual o milho plantado agora vai garantir a alimentação das vacas no inverno. Nesse tempo de trabalho do agricultor formiga, muitas são as cigarras com poderes de persuasão, de fala fácil e o canto ardiloso, que tem levado muitos agricultores a perderem o foco. 

Portanto, atenção as armadilhas melodiosas e mantenha seu plano de trabalho, pois o agricultor pode ser na verdade diferente da formiga quando faz o planejamento das rotinas de atividades na propriedade, o ano todo. Neste caso, o trabalho não fica concentrado apenas numa época, só para exemplificar: Se conseguir armazenar água na propriedade durante o inverno, através de cisternas ou até mesmo no açude, não precisará sair correndo no verão e gastar o que não tem de recursos para molhar as plantas. 

Outro exemplo é realizar as práticas conservacionistas como o terraceamento (curvas de nível), cobertura do solo através do plantio das pastagens de inverno. Estas são práticas simples e obrigatórias a todo agricultor. Na fruticultura temos no inverno as podas de limpeza e de frutificação nos pomares, as quais são necessárias para uma boa produção de frutas no verão. Na pecuária temos o melhoramento do campo nativo e os cuidados com a sanidade do rebanho.

Outra medida necessária no verão ou no inverno é cuidar as outras formigas e, assim como fez a rainha da fábula, se alguma delas cair na tentação e sair por aí... tocando violão, seja firme e procure trazê-la de volta, pois não é nada bom ver o formigueiro espalhado campo afora. Fazendo o planejamento durante o ano, o agricultor poderá ter também tempo, não só para se divertir, mas também condições de chamar “as cigarras” para tocar na sua festa.

Fábula: “No mundo das formigas, todos trabalham e se você quiser ficar conosco, cumpra o seu dever: Toque e cante para nós. 
Para cigarra e paras formigas, aquele foi o inverno mais feliz das suas vidas”.

Marco Medronha   mmedronha@hotmail.com